Segunda-feira, 31 de outubro de 2022
“Se aceitarmos que uma mãe mate seu
filho dentro do próprio ventre, como poderemos impedir que as pessoas matem
umas as outras?” (Madre Teresa de Calcutá)
EVANGELHO DE HOJE
LC
14,12-14
—
O Senhor esteja convosco.
—
Ele está no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas
—
Glória a vós, Senhor!
E
disse também a quem o tinha convidado: "Quando ofereceres um almoço ou jantar,
não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos
ricos. Pois estes podem te convidar por sua vez, e isto já será a tua
recompensa. Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os
aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz, pois estes não têm como te
retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos".
Palavras
da Salvação
Glória
a vós Senhor
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz
Quando deres uma festa,
convida os pobres... Então será feliz!
Neste Evangelho, mais do
que uma parábola, Jesus nos faz um pedido muito claro: Quando dermos uma festa,
não convidemos os nossos parentes, ou amigos, ou vizinhos ricos. Pois estes
poderão nos retribuir, convidando-nos também. Pelo contrário, que convidemos os
pobres, os aleijados, os coxos, os cegos... Porque estes não nos poderão
retribuir, e receberemos a recompensa de Deus, na ressurreição dos justos.
O pedido de Jesus é
facílimo de entender, porque todos nós fazemos festinhas, de vez em quando,
seja de aniversário natalício, de casamento, de batizado, por ocasião do
Natal... O problema é que a fé ainda não penetrou tanto em nós, a ponto de nos
mover a atender o pedido de Jesus. Alguns fazem até uma “releitura”, dizendo
que Jesus não quis dizer isso que ele disse, mas outra coisa. Tudo para escapar
do pedido dele, que é muito forte.
Sabemos que a recompensa
de Deus é infinitamente mais generosa que a de qualquer ser humano. É o que
disse Jesus em outra ocasião: “Dai e vos será dado. Uma medida boa, socada,
sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste, pois a medida
que usardes para os outros, servirá também para vós” (Lc 6,38). Naquele tempo,
o povo usava túnicas, também os homens; e costumavam medir cereais na dobra da
própria túnica.
Como é distante a vida
que levamos, da vida que Jesus nos propõe! Este é apenas um exemplo; há muitos
outros ensinamentos dele que têm a mesma radicalidade. Por exemplo:
- Os que se casam, “já
não são dois, mas uma só carne. O que Deus uniu, o homem não separe” (Mt 19,6).
- “Se alguém te der uma
bofetada na face direita, oferece-lhe também a outra” (Mt 5,39).
- “Se alguém quiser
abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto!” (Mt 5,40).
- “Se alguém te forçar a
acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois com ele!” (Mt 5,41). Etc.
Jesus cita o almoço
porque eles estavam almoçando. Foi apenas um exemplo. O que ele quer é uma
mudança de coração. Quando o nosso coração muda, muda todo o nosso
comportamento.
Neste Evangelho, Jesus
nos pede para dar preferência aos mais pobres e excluídos. No início de sua
vida pública, ao apresentar seu programa de vida, ele disse: “O Espírito do
Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa
Nova aos pobres. Enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos,
a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano de
graça da parte do Senhor” (Lc 4,18-19).
Isso foi opção de Deus
Pai. O mesmo Deus que escolheu uma mãe para seu Filho, escolheu também uma
classe social para ele viver, a fim de mostrar ao mundo de que lado Deus está.
Jesus disse que
continuaria presente na terra, em quatro situações: 1) Na Eucaristia: “Isto é o
meu corpo”. 2) Na Igreja: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu
estarei aí no meio deles”. 3) Nas crianças: “Quem acolher em meu nome uma criança
como esta, estará acolhendo a mim mesmo” (Mt 18,5). 4) E nos pobres: “Todas as
vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a
mim que o fizestes!” (Mt 25,40).
No Evangelho de hoje,
após nos pedir para convidar os pobres para o almoço, Jesus diz: “Então serás
feliz!” Realmente, é indizível a alegria que sente uma pessoa que tem a coragem
de atender a este pedido de Jesus.
Fica para nós a
pergunta: A nossa Comunidade tem o mesmo coração de Jesus? Ela atende a esse
pedido dele? “Queremos ver Jesus, caminho, verdade e vida.” Que mostremos ao
povo do terceiro milênio o verdadeiro rosto de Jesus!
Certa vez, estava se
aproximando o Natal, e as catequistas de uma Comunidade resolveram armar o
presépio de forma comunitária. Cada criança devia trazer, ou sugerir, aquilo
que ela acha que devia haver no presépio.
Um menino trouxe de casa
um recorte de revista, contendo a foto de moradores de rua, entre eles várias
crianças, e colocou no presépio.
A catequista lhe
perguntou por quê, e ele explicou: “Eu acho que Jesus está no meio dessas
pessoas, e quer que elas tenham moradia”.
Esse garoto demonstrou
um profundo conhecimento de Jesus e do seu Evangelho.
Nossa Senhora seguiu à
risca o Evangelho do seu Filho. Além de viver no meio dos pobres, ela, no hino
Magnificat, criticou duramente os ricos. “Encheu de bens os famintos e despediu
os ricos de mãos vazias.” Que ela nos ajude a viver com coragem o que seu Filho
ensinou, mesmo estando no meio de uma sociedade que segue, muitas vezes, o
caminho contrário.
Quando deres uma festa,
convida os pobres... Então será feliz!
MOMENTO DE REFLEXÃO
As pérolas são feridas
curadas, são produtos da dor. Resultado de uma substância estranha ou
indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte
interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar.
Quando um grão de areia
penetra as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com
camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado,
uma linda pérola é formada.
Uma ostra que não foi
ferida de algum modo, não produz pérola, pois a pérola é uma ferida
cicatrizada. Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém? Você já
sentiu que seu mundo está para desmoronar, que nada dá certo, que os problemas
rondam você? Você já foi acusado de ter dito coisas que não disse? Suas idéias
já foram rejeitadas? Então produza uma pérola!
Cubra sua dor, suas
mágoas, suas rejeições sofridas com camadas de amor. Lembre-se apenas de que uma
ostra que não foi ferida jamais poderá produzir pérolas. E que as pérolas são
feridas cicatrizadas.
O processo de produzir a
pérola é a resposta que um pequeno ser pode dar ao insulto que recebe, ao
estranho que entra no seu mundo e que o machuca. Podemos dizer então que a
pérola é a resposta da ostra quando machucada.
Eu não sei o que você
faz das suas dores. Eu não sei o que você faz dos insultos que recebe. Eu não
sei o que você faz das dificuldades na sua vida. Eu não sei como é que você
lida com aquilo que nós consideramos sofrimento. Eu só sei que a sabedoria nos
ensina que quando uma dor nos toca, de alguma forma, uma redenção já se
aproxima, porque a redenção só é possível no momento em que a gente descobre o
significado do sofrimento.
Há pessoas que sofrem
por sofrer. Há pessoas que descobrem o significado do sofrimento. E você já
parou para pensar que, quanto mais uma pessoa sofre, mais histórias ela tem
para contar depois? E que quanto maior é o sofrimento maior é o ensinamento que
fica dele?
Eu sei que é difícil, eu
sei que não é fácil utilizar-se dessa linguagem. Eu sei que na prática, quando
o sofrimento nos envolve, é difícil a gente descobrir um significado para ele.
Mas nós não podemos negar que a gente vai ficando sábio à medida que a gente
vai descobrindo o jeito de lidar com a vida. Que todas as suas feridas possam,
em breve, se transformar em pérolas!
Padre Fábio de Melo
UM ABENÇOADO DIA PRA VOCÊ...
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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