Sábado, 19 de novembro de 2022
“Ainda que não prevaleça a ótica
religiosa, o evangelho é um grande manual de sobrevivência nesse planeta”
(Miguel Falabella)
EVANGELHO DE HOJE
LC
20,27-40
—
O Senhor esteja convosco.
—
Ele está no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas
—
Glória a vós, Senhor!
Alguns
saduceus, os quais afirmam que ninguém ressuscita, chegaram perto de Jesus e disseram:
-
Mestre, Moisés escreveu para nós a seguinte lei: "Se um homem morrer e
deixar a esposa sem filhos, o irmão dele deve casar com a viúva, para terem
filhos, que serão considerados filhos do irmão que morreu."Acontece que
havia sete irmãos. O mais velho casou e morreu sem deixar filhos. Então o
segundo casou com a viúva, e depois, o terceiro. E assim a mesma coisa
aconteceu com os sete irmãos, isto é, todos morreram sem deixar filhos. Depois
a mulher também morreu. Portanto, no dia da ressurreição, de qual dos sete a
mulher vai ser esposa? Pois todos eles casaram com ela!
Jesus
respondeu:
-
Nesta vida os homens e as mulheres casam. Mas as pessoas que merecem alcançar a
ressurreição e a vida futura não vão casar lá, pois serão como os anjos e não
poderão morrer. Serão filhos de Deus porque ressuscitaram. E Moisés mostra
claramente que os mortos serão ressuscitados. Quando fala do espinheiro que
estava em fogo, ele escreve que o Senhor é "o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó." Isso mostra que Deus é Deus dos vivos e não dos
mortos, pois para ele todos estão vivos.
Aí
alguns mestres da Lei disseram:
-
Boa resposta, Mestre!
E
não tinham coragem de lhe fazer mais perguntas.
Palavras
da Salvação
Glória
a vós Senhor
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz
Deus não é Deus dos
mortos, mas dos vivos.
Neste Evangelho, nós temos a cena dos saduceus
apresentando a Jesus o caso da mulher de sete maridos, como um argumento
contrário à ressurreição dos mortos.
Mas eles entendiam
errado a ressurreição; pensavam que os que acreditam nela afirmam que no céu nós
viveríamos igualzinho aqui na terra, isto é, teríamos de comer, de beber, de
dormir, teríamos também o casamento...
Jesus explica que, após
a nossa morte, o nosso corpo será glorificado; não morreremos, mais e seremos
iguais aos anjos. Os homens não terão esposas nem as mulheres terão maridos.
Nós não sabemos em
detalhes como será a nossa vida após a morte, e nem precisamos saber agora.
Basta conhecermos o caminho para chegarmos ao Céu, que é Jesus e o seu
Evangelho, presentes na Igreja.
Quando participamos da
Santa Missa, ou rezamos o terço, nós dizemos, na profissão de fé: “Creio na
ressurreição da carne”. O Prefácio da Missa dos mortos diz assim: “Com a morte,
a vida não é tirada, mas transformada. Desfeito o nosso corpo mortal, nos é
dado nos céus um corpo imperecível”. Não será outro corpo, será este mesmo que
temos, mas transformado, glorificado.
Jesus falava que ia
ressuscitar (Cf Mc 8,31ss; 9,31ss), e sempre pregava que todos nós
ressuscitaremos. Como é bom saber que a nossa vida é eterna, que tivemos um
começo, mas não teremos fim! A fé na ressurreição nos dá forças para enfrentar
as dificuldades, e até o risco de vida. Os homens podem matar o corpo, mas a
alma, nunca.
Jesus ressuscitou
algumas pessoas (Lázaro, o filho da viúva de Naim...) para nos mostrar que tem
poder e conhecimento sobre a vida após a morte. Apesar de esses milagres terem
sido completamente diferentes da ressurreição dele e nossa, pois Lázaro e o
filho da viúva simplesmente retornaram à vida terrena e mortal. Mas os milagres
valeram para provar o poder de Jesus sobre a morte e sobre o que acontece
depois.
Jesus, com a sua
ressurreição, derrotou a morte. Ela continua existindo, mas perdeu a sua força.
“A morte foi tragada pela vida; onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó
morte, o teu aguilhão?” (1Cor 15,54-55). Isso nos dá uma alegria e uma coragem
invencíveis!
Deus não é Deus dos
mortos, mas dos vivos. Toda a Bíblia apresenta Deus como Deus da vida, e que
faz do homem e da mulher seus amigos, como fez com os três citados por Jesus:
Abraão, Isac e Jacó. Se Deus fez aliança com eles, podia deixá-los
desaparecerem para sempre? Nunca! Esse é o argumento de Jesus.
A ressurreição foi sendo
revelada aos poucos. No começo, o Povo de Deus não conhecia essa verdade. Mas
tinha uma vaga consciência dela, baseado justamente no argumento acima: Deus
ama o ser humano, quer que ele ou ela viva e não desapareça, e pode fazer isso.
Portanto o faz.
Por isso que exageravam
a duração da vida dos justos, por exemplo, de Matusalém, que viveu 969 anos (Cf
Gn 5,27). Jesus veio e revelou a verdade completa: Deus não só prolonga a vida
humana, ele a tornou eterna. “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim
viverá eternamente”.
“Eu vim para que todos
tenham vida, e a tenham em abundância.” Uma vida em abundância não pode acabar
logo. Na luta pela vida, nós descobrimos o rosto de Deus, pois ele é o Deus da
vida, o Deus que quer vida, e vida plena para todos.
A ressurreição nossa é
obra de Deus, fruto do seu poder. É ele que nos tomará e nos transformará. O
mesmo Deus que um dia nos criou, nos recriará. A ciência não consegue entender
nem explicar esse mistério. Ele é sobrenatural. O livro de Jó é um argumento a
favor da ressurreição. Esse livro mostra que a ressurreição é um mistério, mas
sem ela a vida seria um absurdo.
A nossa melhor atitude
diante das realidades futuras é jogar-nos nas mãos de Deus, como fez Jesus,
antes de morrer: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Nós não sabemos
como será, mas Deus, nosso bom Pai, sabe, e isso nos basta.
Como que é gratificante
saber que vamos ressuscitar! Saber que Deus nos ama tanto, que nos criou
eternos! Ele não quer separar-se de nós nunca. “Tu não me abandonarás no
túmulo, e viverei à tua direita para sempre” (Sl 16).
Entretanto, a fé na
ressurreição nos leva a sermos prudentes e vigilantes, pois não sabemos o dia
nem a hora. "O que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a
própria vida?" (Mt 16,26). “Não ajunteis para vós tesouros na terra” (Mt
6,19).
Certa vez, a muitos anos
atrás, um operário e um cavaleiro se encontraram numa estação de trem. Os dois
se apresentaram, conversaram e compraram as passagens na mesma cabine, porque
aquele trem tinha cabines para duas pessoas. O trem chegou e eles embarcaram.
Na estação seguinte,
entrou também um padre. Ao verem o padre passar no corredor, o cavaleiro
comentou, com um ar de desprezo: “Para que serve um padre?” Como quem diz: O
padre não serve para nada.
O operário não
respondeu. Lá na frente, quando o trem atravessava uma grande floresta, o operário
disse ao cavaleiro: “Estamos sós. Ninguém nos vê nem nos ouve. O que você faria
se eu o estrangulasse agora, lhe tomasse todo o seu dinheiro e, aproveitando
uma curva, pulasse esta janela?”
Pálido de medo, o
cavaleiro respondeu: “Você se engana, eu não trago dinheiro comigo”. “Mentira”
retrucou o operário. “Você tem aí trinta mil Reais. Eu o vi pegar no banco.”
“Você cometeria dois
crimes: homicídio e roubo”, disse o cavaleiro.
“Homicídio e roubo nada
significam para quem não crê em Deus. Se eu pensasse como você, e não fizesse
isso agora, eu seria um bobo. Mas você não tenha medo, porque eu fui educado
por padres, e eles me ensinaram os dez mandamentos: não furtar, não matar etc.
E me ensinaram que existe uma vida eterna após a morte, com o Céu para os bons
e o inferno para os maus. Entendeu agora para que serve o padre?”
Certamente aquele
cavaleiro até se esqueceu do cavalo!
A nossa vida não termina
na morte, por isso vamos preparar-nos bem para o que vem depois!
A ressurreição é o
prêmio de Deus aos justos. Maria Santíssima era tão santa que foi elevada por
Deus ao céu em corpo e alma. Que ela nos ajude a vivermos de acordo com essa
gratificante verdade da ressurreição.
Deus não é Deus dos
mortos, mas dos vivos.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Educar é mostrar a vida
a quem ainda não a viu.
O educador diz: “Veja!”
– e, ao falar, aponta.
O aluno olha na direção
apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico
interiormente…
E ficando mais rico
interiormente ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria – que é a razão
pela qual vivemos.
Já li muitos livros
sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação –
mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à
educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.
A primeira tarefa da
educação é ensinar a ver…
É através dos olhos que
as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo…
Os olhos têm de ser
educados para que nossa alegria aumente.
A educação se divide em
duas partes: educação das habilidades e educação das sensibilidades… Sem a
educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.
Os conhecimentos nos dão
meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar as
crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela
qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento… a capacidade de se
assombrar diante do banal.
Para as crianças, tudo é
espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus, os
pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos
não vêem.
Na escola eu aprendi
complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci.
E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore…
ou para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas
estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com
a realidade para a qual elas apontam.
As palavras só têm
sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar
os olhos.
Há muitas pessoas de
visão perfeita que nada vêem… O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser
aprendido.
Quando a gente abre os
olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mundo aparece refletido dentro da
gente.
São as crianças que, sem
falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No
entanto, elas sabem o essencial da vida.
Quem não muda sua
maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança jamais será sábio.
Rubem Alves
UM ABENÇOADO DIA PRA VOCÊ...
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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