Sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023
"Todas
as escolhas têm perda. Quem não estiver preparado para perder o irrelevante,
não estará apto para conquistar o fundamental."(Augusto Cury)
EVANGELHO DE HOJE
Mt
9,14-15
—
O Senhor esteja convosco.
—
Ele está no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus
—
Glória a vós, Senhor!
Então
os discípulos de João Batista chegaram perto de Jesus e perguntaram:
-
Por que é que nós e os fariseus jejuamos muitas vezes, mas os discípulos do
senhor não jejuam?
Jesus
respondeu:
-
Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o
noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será
tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!
Palavras
da Salvação
Glória
a vós Senhor
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz
Dias virão em que o
noivo lhes será tirado, e então jejuarão.
Este Evangelho nos conta
que um dia os discípulos de João Batista procuraram Jesus e lhe perguntaram:
“Por que razão nós e os fariseus praticamos o jejum, mas os teus discípulos
não?” Jesus respondeu, que jejuara quarenta dias no deserto, comparando a sua presença
física na terra com uma festa de casamento. Explica que não fica bem, numa
festa de casamento, os amigos do noivo jejuarem, enquanto o noivo está com
eles.
Jesus está se referindo
à comparação que os profetas fazem entre a aliança de Deus com o seu povo e o
casamento. Veja o que diz o profeta Oséias: “Naquele dia, ela (a família do
Povo de Deus) passará a chamar-me de “meu marido” e não mais de “meu Baal”...
Afastarei desta terra o arco, a espada e a guerra, e todos poderão dormir em
segurança. Eu me caso contigo para sempre, casamos conforme a justiça e o
direito, com amor e carinho” (Os 1,18-20). Aplicando a profecia a si mesmo,
Jesus se declara Deus, pois o casamento é entre Deus e o povo. A sua presença
na terra foi a festa do casamento “para sempre”, isto é, uma aliança eterna.
O jejum praticado pelos
judeus tinha um sentido de preparação para a chegada do Messias e do Reino de
Deus. Como que os discípulos de Jesus iam praticar esse jejum, se o Messias já
estava com eles?
Mas “dias virão em que o
noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”. O noivo é Jesus.
Ele será tirado do meio dos discípulos pela sua morte violenta. Então os
discípulos jejuarão em sentido figurado, isto é, sofrerão tristeza e desolação,
dificuldades e perseguições, por lhe serem fiéis na missão recebida.
Hoje em dia, a Igreja
suavizou sensivelmente a lei do jejum, por exemplo, o jejum quaresmal que era
tão duro e prolongado. Mas continua em pé o jejum do domínio das nossas más
inclinações. Existem sete vícios capitais que são os geradores dos pecados:
Soberba, avareza, erotismo, inveja, gula, ira e preguiça. O grande jejum para o
cristão consiste também em perdoar ou pedir perdão, voltar a conversar depois
de um atrito, conviver com pessoas difíceis... Nós só conseguimos praticar tudo
isso, se nos exercitarmos, inclusive com o jejum no seu sentido estrito, que é
dominar o apetite.
Existe ainda outro tipo
de jejum muito importante: O jejum dos olhos. Há cenas que nos fazem mal,
incitam-nos à violência, ao ódio, à desordem, à luxúria... Quantos filmes e
revistas nos conduzem a isso! “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”,
disse Jesus. Vigiar é, entre outras coisas, praticar o jejum dos olhos.
Muitos líderes cristãos
dão aos jovens um conselho muito simples, mas eficaz: “Você sentiu sede? Não
beba logo a água, mas espere cinco minutos. Recebeu uma carta? Não abra logo,
mas espere cinco minutos...” É um ótimo treinamento do domínio sobre os
impulsos do nosso corpo, ferido pelo pecado. Os instintos são cegos, tanto
podem levar-nos para o bem como para o mal
Existe ainda o jejum do
espírito. É controlar a língua, o afeto, o humor, a disposição para o trabalho,
o domínio das emoções, saber dar um abraço quando sentimos vontade de fazer o
contrário, saber engolir seco e não dizer nada, quando a nossa vontade seria
fazer o contrário. As pessoas são capazes de fazer grandes sacrifícios pelo seu
amado ou amada. Os que amam a Deus devem fazer o mesmo por ele. Por isso que os
santos diziam que para eles a cruz era doce como o mel.
Na primeira Leitura,
Isaías fala como é o jejum que agrada a Deus: “Acaso o jejum que prefiro não é
outro? Quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres
os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição?... Então brilhará
tua luz como a aurora.”
A exploração econômica é
uma bofetada em Deus, pois prejudica os irmãos, especialmente os mais pobres.
“Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). Esse é o lema da
Campanha da Fraternidade. Para o cristão, o dinheiro está a serviço da vida,
não para escravizá-la. Seria o maior absurdo alguém explorar o irmão e se
considerar em ordem com Deus porque faz abstinência de carne. Ou alguém fazer
gastos inúteis, comprando coisas supérfluas, furtando-se à ajuda aos necessitados.
Certa vez, um garoto de
dez anos, chamado Jorge, voltava da escola, quando um homem se aproximou dele e
perguntou se poderia ajudá-lo na escolha de um presente de aniversário para o
seu pai, dizendo ser amigo dele. A criança entrou no carro do homem e foram.
Entretanto, homem tinha ressentimento contra o pai de Jorge, porque, quando ele
era enfermeiro do seu tio, foi despedido por causa de bebida. Mas o garoto não
o conhecia.
O homem levou o pequeno
para uma área isolada, onde o perfurou várias vezes no peito com uma chave de
fenda, depois lhe deu um tiro na cabeça e o deixou lá, para morrer. Felizmente,
a bala havia passado por trás dos seus olhos, não danificando o cérebro. Depois
que retomou a consciência, Jorge ficou sentado na beira do asfalto, onde foi
socorrido por um motorista que passava.
Duas semanas depois,
Jorge descreveu para um desenhista da polícia o rosto do agressor. O próprio
tio o reconheceu. Entretanto, o menino, devido ao trauma, não conseguiu
identificar se era aquele mesmo, ou não. Por isso ele não foi preso.
O ataque deixou Jorge
cego de um olho. Mas, sem nenhum outro problema grave, voltou para a escola e
deu continuidade à sua vida. Formou-se, casou-se e tiveram dois filhos.
Um dia, um policial lhe
telefonou para informar que o antigo enfermeiro, agora com setenta e sete anos,
havia confessado o crime. Sem família, ele estava em um asilo e Jorge foi
visitá-lo. Ele se desculpou pelo que havia feito e Jorge disse que o havia
perdoado. Depois disso, visitou-o muitas vezes. Apresentou-lhe sua esposa e
filhos, a fim de lhe dar uma sensação de família. Ele ficava feliz quando Jorge
aparecia, porque o tirava da solidão e era um grande alívio para ele, após
vinte e dois anos de arrependimento.
Mais do que tragédia,
Jorge via no fato um milagre, sentia-se abençoado por Deus. Apesar de muitos
não entenderem como que Jorge pôde perdoar aquele homem, ele mesmo via o perdão
como a única saída para fazê-lo feliz. Se tivesse escolhido o ódio, ou passar a
vida procurando vingança, não seria o homem feliz e realizado que é hoje.
O perdão também é uma
penitência, que faz bem aos dois lados: a quem perdoa e a quem é perdoado.
O amor de mãe é o mais
belo retrato do amor de Deus por nós. “Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou
o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma se esqueça, eu de ti jamais
me esquecerei!" (Is 49,15). Maria Santíssima, Mãe de Jesus e nossa,
enfrentou situações difíceis, como a fuga para o Egito, a morte do Filho na
cruz... Sinal de que ela se exercitava no auto domínio, a fim de promover a
vida. Santa Maria, rogai por nós!
Dias virão em que o
noivo lhes será tirado, e então jejuarão.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Certo mercador enviou
seu filho para aprender o Segredo da Felicidade com o mais sábio de todos os
homens. O rapaz andou durante muitos dias pelo deserto, até chegar a um belo
castelo, no alto de uma montanha. Lá vivia o Sábio que o rapaz buscava.
Ao invés de encontrar um
homem santo, porém, o nosso rapaz entrou numa sala e viu uma intensa atividade;
mercadores entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena
orquestra tocava melodias, e havia uma farta mesa com os mais deliciosos
quitutes daquela região do mundo.
O Sábio conversava com
todos, e o rapaz teve que esperar por várias horas até chegar sua vez de ser
atendido.
O Sábio ouviu
atentamente o motivo da visita do rapaz, mas disse-lhe que naquele momento não
tinha tempo para explicar-lhe o Segredo da Felicidade. Sugeriu que o rapaz
desse um passeio por seu palácio, e voltasse dali a duas horas.
-Entretanto, quero lhe
pedir um favor - completou o Sábio, entregando ao rapaz uma colher de chá, onde
pingou duas gotas de óleo. Enquanto você estiver caminhando, carregue esta
colher sem deixar que o óleo seja derramado.
O rapaz começou a subir
e descer as escadarias do palácio, mantendo sempre seus olhos fixos na colher.
Ao final de duas horas, retornou à presença do Sábio.
-Então - perguntou-lhe o
Sábio - Você viu as tapeçarias da Pérsia que estão na minha sala de jantar? Viu
o jardim que o mestre dos jardineiros demorou dez anos para criar? Reparou nos
belos pergaminhos de minha biblioteca?
O rapaz, envergonhado,
confessou que não havia visto nada. Sua única preocupação era de não derramar
as gotas de óleo que o Sábio lhe havia confiado.
- Pois então volte e
conheça as maravilhas do meu mundo - disse o Sábio - Você não pode confiar num
homem se não conhece sua casa.
Já mais tranquilo, o
rapaz pegou a colher e voltou a passear pelo palácio, desta vez reparando em
todas as obras de arte que pendiam do teto e das paredes. Viu os jardins, as
montanhas ao redor, a delicadeza das flores, o requinte com que cada obra de
arte estava colocada em seu lugar.
De volta à presença do
Sábio, relatou pormenorizadamente tudo o que havia visto.
-Mas onde estão as duas
gotas de óleo que lhe confiei? - perguntou o Sábio.
Olhando para a colher, o
rapaz percebeu que as havia derramado.
-Pois este é o único
conselho que tenho para lhe dar - disse o mais Sábio dos homens.
- O segredo da felicidade
está em olhar todas as maravilhas do mundo, é aproveitar todas as coisas do
mundo, mas jamais esquecer de seus objetivos.
UM ABENÇOADO DIA PRA VOCÊ...
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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