Sexta-feira, 07 de abril de 2023
"Se
você não ouviu com seus próprios ouvidos, ou não viu com seus olhos. Não deixe
sua mente pequena e sua boca grande espalhar." (Tininha Caldart)
EVANGELHO DE HOJE
Jo
18,1-19,42
—
O Senhor esteja convosco.
—
Ele está no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João
—
Glória a vós, Senhor!
Narrador
1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo João.
Naquele
tempo, 1Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron.
Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2Também Judas, o
traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus
discípulos. 3Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas
dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas.
4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e
disse:
Pres.:
“A quem procurais?”
Narrador
1: 5Responderam:
Ass.:
“A Jesus, o Nazareno”.
Narrador
1: Ele disse:
Pres.:
“Sou eu”.
Narrador
1: Judas, o traidor, estava junto com eles. 6Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles
recuaram e caíram por terra. 7De novo lhes perguntou:
Pres.:
“A quem procurais?”
Narrador
1: Eles responderam:
Ass.:
“A Jesus, o Nazareno”.
Narrador
1: 8Jesus respondeu:
Pres.:
“Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se
retirem”.
Narrador
1: 9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
Pres.:
“Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”.
Narrador
2: 10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do
sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco.
11Então Jesus disse a Pedro:
Pres.:
“Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?”
Narrador
1: 12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e
o amarraram. 13Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o Sumo
Sacerdote naquele ano. 14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho:
Leitor
1: “É preferível que um só morra pelo povo”.
Narrador
2: 15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era
conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote.
16Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido
do Sumo Sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro
para dentro. 17A criada que guardava a porta disse a Pedro:
Ass.:
“Não pertences também tu aos discípulos desse homem?”
Narrador
2: Ele respondeu:
Leitor
2: “Não”.
Narrador
2: 18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo,
pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19Entretanto, o Sumo
Sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento.
20Jesus lhe respondeu:
Pres.:
“Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde
todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. 21Por que me interrogas?
Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse”.
Narrador
2: 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma
bofetada, dizendo:
Leitor
1: “É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?”
Narrador
2: 23Respondeu-lhe Jesus:
Pres.:
“Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?”
Narrador
1: 24Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o Sumo Sacerdote. 25Simão
Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:
Leitor
2: “Não és tu, também, um dos discípulos dele?”
Narrador
1: Pedro negou:
Leitor
1: “Não!”
Narrador
1: 26Então um dos empregados do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro
tinha cortado a orelha, disse:
Leitor
2: “Será que não te vi no jardim com ele?”
Narrador
2: 27Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. 28De Caifás, levaram
Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no
palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa. 29Então Pilatos
saiu ao encontro deles e disse:
Leitor
1: “Que acusação apresentais contra este homem?”
Narrador
2: 30Eles responderam:
Ass.:
“Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!”
Narrador
2: 31Pilatos disse:
Leitor
2: “Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei”.
Narrador
2: Os judeus lhe responderam:
Ass.:
“Nós não podemos condenar ninguém à morte”.
Narrador
1: 32Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia
de morrer. 33Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e
perguntou-lhe:
Leitor
1: “Tu és o rei dos judeus?”
Narrador
1: 34Jesus respondeu:
Pres.:
“Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?”
Narrador
1: 35Pilatos falou:
Leitor
2: “Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim.
Que fizeste?”.
Narrador
1: 36Jesus respondeu:
Pres.:
“O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus
guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu
reino não é daqui”.
Narrador
1: 37Pilatos disse a Jesus:
Leitor
1: “Então, tu és rei?”
Narrador
1: Jesus respondeu:
Pres.:
“Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho
da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.
Narrador
1: 38Pilatos disse a Jesus:
Leitor
2: “O que é a verdade?”
Narrador
2: Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes:
Leitor
1: “Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39Mas existe entre vós um costume, que
pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?”
Narrador
2: 40Então, começaram a gritar de novo:
Ass.:
“Este não, mas Barrabás!”
Narrador
2: Barrabás era um bandido. 19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus. Ass.: 2Os
soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus.
Narrador
2: Vestiram-no com um manto vermelho, 3aproximavam-se dele e diziam:
Ass.:
“Viva o rei dos judeus!”
Narrador
2: E davam-lhe bofetadas. 4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:
Leitor
1: “Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não
encontro nele crime algum”.
Narrador
1: 5Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto
vermelho. Pilatos disse-lhes:
Ass.:
“Eis o homem!”
Narrador
1: 6Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
Ass.:
“Crucifica-o! Crucifica-o!”
Narrador
1: Pilatos respondeu:
Leitor
1: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime
algum”.
Narrador
1: 7Os judeus responderam:
Ass.:
“Nós temos uma Lei, e, segundo esta Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho
de Deus”.
Narrador
2: 8Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9Entrou outra
vez no palácio e perguntou a Jesus:
Leitor
1: “De onde és tu?”
Narrador
2: Jesus ficou calado. 10Então Pilatos disse:
Leitor
1: “Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e
autoridade para te crucificar?”
Narrador
2: 11Jesus respondeu:
Pres.:
“Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto.
Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior”.
Narrador
2: 12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam:
Ass.:
“Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei,
declara-se contra César”.
Narrador
1: 13Ouvindo essas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no
tribunal, no lugar chamado “Pavimento”, em hebraico Gábata”. 14Era o dia da
preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus:
Leitor
2: “Eis o vosso rei!”
Narrador
1: 15Eles, porém, gritavam:
Ass.:
“Fora! Fora! Crucifica-o!”
Narrador
1: Pilatos disse:
Leitor
1: “Hei de crucificar o vosso rei?”
Narrador
1: Os sumos sacerdotes responderam:
Ass.:
“Não temos outro rei senão César”.
Narrador
2: 16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram.
17Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado Calvário”, em
hebraico “Gólgota”. 18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e
Jesus no meio. 19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz;
nele estava escrito:
Ass.:
“Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.
Narrador
2: 20Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi
crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico,
latim e grego. 21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:
Ass.:
“Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos
judeus’”.
Narrador
2: 22Pilatos respondeu:
Ass.:
“O que escrevi, está escrito”.
Narrador
2: 23Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em
quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida
sem costura, em peça única de alto abaixo. 24Disseram então entre si:
Ass.:
“Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será”.
Narrador
2: Assim se cumpria a Escritura que diz:
Ass.:
“Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”.
Narrador
1: Assim procederam os soldados. 25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua
mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua
mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe:
Pres.:
“Mulher, este é o teu filho”.
Narrador
1: 27Depois disse ao discípulo:
Pres.:
“Esta é a tua mãe”.
Narrador
1: Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28Depois disso,
Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse
até o fim, disse:
Pres.:
“Tenho sede”.
Narrador
1: 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja
embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e
disse:
Pres.:
“Tudo está consumado”.
Narrador
1: E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Narrador
2: 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os
corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa
solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados
e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois
do outro que foram crucificados com Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus, e
vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado
abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
Ass.:
35Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro;
Narrador
2: e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. 36Isso
aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz:
Ass.:
“Não quebrarão nenhum dos seus ossos”.
Narrador
2: 37E outra Escritura ainda diz:
Ass.:
“Olharão para aquele que transpassaram”.
Narrador
1: 38Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus — mas às
escondidas, por medo dos judeus —, pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus.
Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou também
Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus. Trouxe
uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. 40Então tomaram o corpo de
Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os judeus
costumam sepultar.
Narrador
2: 41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um
túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42Por causa da preparação
da Páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus.
Palavra
da salvação
Glória
a vós Senhor.
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Pe. Antônio Queiroz CSsR
Amou-os até o fim.
Hoje, quinta-feira
santa, o Evangelho narra a cena do lava-pés, e a segunda Leitura narra a
instituição da Eucaristia. São os dois fatos principais que celebramos hoje.
O evangelista João
começa a narrar os acontecimentos do tríduo pascal com as seguintes palavras:
Jesus, “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. João vê
todos os acontecimentos dos últimos dias de Jesus na terra como desdobramentos
do seu amor por nós; um amor intenso, incondicional, gratuito e sem limites.
Com o gesto de lavar os
pés, Jesus quis mostrar como deve ser o nosso amor ao próximo; deve ser prático
e concretizado no serviço humilde e gratuito aos que precisam.
“Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma
coisa que eu fiz.” Lavar os pés, naquele tempo, era uma necessidade constante,
devido à poeira e ao fato de as pessoas andarem descalço ou de sandálias. Ótimo
exemplo escolhido por Jesus para mostrar que amar é servir, é atender às
necessidades do outro, mesmo que sejam as mais humildes. Na família, quem costumava
lavar os pés era a escrava. Por isso que Pedro estranha a atitude de Jesus.
Mais tarde realmente Pedro entendeu e se tornou um grande servidor da Igreja.
Em outra passagem Jesus
explica: “Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem
quiser ser o primeiro entre vós seja o escravo de todos” (Mc 10,43-44)
Quando o mestre da Lei
perguntou a Jesus qual é o maior mandamento da Lei de Deus, Jesus apresenta
como exemplo a parábola do bom samaritano que cuidou do ferido encontrado na estrada
(Lc 10,25-37).
No juízo final, as
pessoas serão salvas ou condenadas conforme fizeram ou não fizeram esses gestos
práticos de amor: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que
meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome...” (Mt
25,34ss)
“Religião pura e sem mancha diante do Deus e
Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas dificuldades e guardar-se
livre da corrupção do mundo” (Tg 1,27). “Há mais felicidade em dar do que em
receber” (At 20,35).
Quem ama quer estar
perto da pessoa amada. Jesus nos ama muito, por isso quis estar pertinho de
todos nós na Eucaristia. Em seu poder infinito, ele conseguiu uma aproximação
que nenhum ser humano consegue: entre dentro de cada um de nós como alimento.
E S. Paulo nos lembra,
um pouco antes do texto que está na segunda Leitura: “O pão que partimos não é
a comunhão com o corpo de Cristo? Como há um único pão, nós, embora sendo
muitos, formamos um só corpo” (1Cor 10,16-17). Assim como o pão surge da união
de vários grãos de trigo, a Comunidade cristã é formada pela união de várias
pessoas que comungam.
Conta-se que na Holanda
aconteceu um fato interessante: Um dia um menino estava perto de uma represa e
de repente viu que apareceu na barragem um buraquinho, pelo qual começou a
esguichar água. Mais que depressa o garoto foi lá, enfiou o seu dedinho no
buraco e o tampou.
E ele começou a gritar,
pedindo socorro. Veio logo uma equipe e consertou a barragem, salvando a
represa. Mas na verdade quem a salvou foi o menino. Os nossos gestos de amor e
de serviço, por pequenos que sejam, podem às vezes produzir grandes resultados.
Campanha da
fraternidade.Uma das maiores dificuldades para a construção da paz é a
desilusão. As pessoas ficam descrentes na possibilidade de superação dos
gigantescos problemas que geram violência, e preferem continuar sofrendo, ou
partir também para a violência. Vale aqui a palavra de Jesus: “Coragem, eu
venci o mundo” (Jo 16,35). Como disse S. Paulo: “A esperança não decepciona”
(Rm 5,5).
Maria Santíssima via-se
a si mesma como uma escrava: “Eis aqui a escrava do Senhor”. Que ela nos ajude
a imitar o seu Filho, ajudando com humildade os nossos irmãos e irmãs.
Amou-os até o fim.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Vê se pode, Deus mandou
seu único filho pra morrer por mim...
Quando penso nisso é
difícil acreditar.
Eu mereço tal
sacrifício? Eu mereço a vida do filho de Deus?
Isso me faz lembrar de
um assassino condenado à morte. Ele se chamava Barrabás e ia ser crucificado.
Vocês lembram daqueles filmes de bang-bang ou dos desenhos do pica-pau onde um
dono de funerária vestido deterno preto media o tamanho das pessoas pra fazer o
caixão?
Pois é, assim como o
caixão era feito sob medida, a cruz, naquela época, também era. E foi
construída uma cruz do exato tamanho de Barrabás.
E Barrabás estava lá,
deitado em uma cela imunda, fétida, cheia de lodo e seu corpo já estava todo
surrado. Ele sabia que aquele era seu último dia. Mas de repente alguém
apareceu e disse que ele não ia mais ser crucificado, pois, em Seu lugar,
morreria uma outra pessoa. Se Barrabás perguntou quem era essa pessoa a
resposta foi: “Jesus, um tal de Jesus morrerá em seu lugar.”
Eu até posso imaginar
Barrabás saindo da cela e, depois, indo acompanhar a multidão para tentar ver
quem era o tal Jesus que ia morrer em seu lugar.
Se Barrabás fez isso eu
não sei. Mas sei o que ele viu se procurou ver o tal Jesus: Barrabás viu um
homem carregando uma cruz que não era dele. Viu um homem levando chibatadas que
não eram pra ele. Barrabás viu pingando um sangue que era inocente. Viu um
homem coroado com espinhos de uma polegada cada. Barrabás viu um homem ser
pregado em uma cruz que não pertencia a ele. E viu Jesus morrer a morte que não
era pra ele – Jesus – morrer. Jesus carregou e foi morto em uma cruz que,
sequer, tinha o Seu tamanho.
Pensando nisso, meu
amigo, eu só consigo entender uma coisa: a cruz que Jesus carregou não era
dele, era minha. Não era pra Jesus ter vertido seu próprio sangue. Naquele dia,
era o meu sangue que tinha que escorrer. A morte que Jesus morreu – morte de
cruz – era a minha morte. Jesus carregou e foi morto em uma cruz que tinha,
exatamente, o meu tamanho. Aquela cruz que Cristo morreu, era minha.
Esse tal de Cristo,
segundo a Bíblia, morreu por mim.
Por que? Eu valho tanto
assim?
Eu sou um nada. Um grão
de areia nesse mundão de meu Deus. Tenho falhas em todos os setores de minha
vida. Por que então esse tal de Jesus morreu por mim?
Eu não sei te responder
não... mas um dia quero ter a oportunidade de, lá no céu, olhar nos olhos desse
Jesus e dizer “obrigado, Jesus. Mas sem querer ser ingrato, por que o Senhor
morreu por mim?”
E confesso, não faço a
mínima idéia de qual vai ser a resposta dele...
Mas isso me faz lembrar
de uma outra coisa: minha filha, que tinha pouco mais de um aninho e se chama
Lívia, tinha uma bonequinha de pano. Nós a acostumamos dormir com a tal boneca.
E a Lívia acostumou de tal forma que não vai pra cama sem a dita cuja. Com o
passar do tempo, por óbvio, a boneca de pano foi ficando velha, furada, e com
uma etiqueta toda suja (pra dormir, a Lívia fica enrolando no dedo na
etiqueta). Apesar dessa bonequinha estar velha, com espuma saindo pelo buraco,
minha filha não dorme sem ela. Às vezes a boneca se perde pela casa, e antes de
dormir a Lívia sai procurando e chamando com a aquela voz de anjo: “néquim...
néquim...”. E quando ela acha é a maior festa, beijos e abraços na “néquim”
dela, e lá vão as duas dormir. Sem medo de errar, eu posso dizer: a Lívia ama
aquela bonequinha, por mais velha que ela esteja.
Sim... eu também estou
meio estragado... com meus defeitos e erros brotando pelos meus poros. Mas
mesmo assim o meu Deus me ama. Às vezes
também me perco por essa vida, me desvio e erro o caminho... Mas Deus me
procura e me reencontra... Aí, meu amigo, é só alegria.
Eu não sei por que Ele
faz isso. Mas eu sei que Ele faz. Eu sinto isso todos os dias em minha vida...
Jesus está ao meu lado, me ajudando, me carregando no colo e me fortificando.
Meu Jesus não só morreu
na minha cruz. Ele ressuscitou para que eu, igualmente, tenha a vida eterna.
Eu não mereço nem uma
gota de suor desse tal Jesus. Mas ele deu o próprio sangue por mim.
Nesta Páscoa, lembre-se
de seu real significado: Um Deus que me ama – e te ama – deixou o Seu Trono de
Glória e veio até esta terra, sujar seus pés com poeira, passar fome, frio e
calor, ser xingado, apedrejado, vaiado, perseguido e, finalmente, morrer em uma
cruz que pertencia a uma pessoa que sou eu e, se você quiser, que era sua
também.
Por que ele fez tudo
isso?
Vamos combinar: no céu,
vamos juntos, eu e você meu amigo, perguntarmos pra ele “Jesus, por que o
Senhor morreu por nós?”
Denis Clebson da Cruz (Kzar)
UM ABENÇOADO DIA PRA VOCÊ...
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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