Sábado, 12 de agosto de 2023
"Ninguém sofreu tanto quanto Jesus, e
ninguém amou tanto quanto Jesus, pois o amor se mede pela capacidade de
sofrer". Raphael Hombach
EVANGELHO DE HOJE
Mt 17,14-20
— O Senhor esteja
convosco.
— Ele está no meio de
nós.
— PROCLAMAÇÃO do
Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus
— Glória a vós,
Senhor!
Quando eles chegaram
perto da multidão, um homem foi até perto de Jesus, ajoelhou-se diante dele e
disse:
- Senhor, tenha pena
do meu filho! Ele é epilético e tem ataques tão fortes, que muitas vezes cai no
fogo ou na água. Eu o trouxe para os seus discípulos a fim de que eles o
curassem, mas eles não conseguiram.
Jesus respondeu:
- Gente má e sem fé!
Até quando ficarei com vocês? Até quando terei de agüentá-los? Tragam o menino
aqui!
Então deu uma ordem,
o demônio saiu, e no mesmo instante o menino ficou curado.
Depois os discípulos
chegaram perto de Jesus, em particular, e perguntaram:
- Por que foi que nós
não pudemos expulsar aquele demônio?
Jesus respondeu:
- Foi porque vocês
não têm bastante fé. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês tivessem
fé, mesmo que fosse do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a
este monte: "Saia daqui e vá para lá", e ele iria. E vocês teriam
poder para fazer qualquer coisa!
Palavra da salvação
Glória a vós Senhor.
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Pe. Antonio Queiroz
Se tiverdes fé, nada vos será impossível.
Este Evangelho narra a cena em que os discípulos
não conseguem curar um menino, Jesus o consegue e explica por quê. Quando
Jesus, Pedro, Tiago e João desceram da montanha onde havia acontecido a
transfiguração, encontraram os outros discípulos em dificuldade. Um homem
levou-lhes o seu filho epiléptico, e eles não conseguiram curá-lo.
E Jesus explica o motivo: “Porque a vossa fé é
demasiado pequena”. E ele lamenta: “Ó gente sem fé e perversa! Até quando
deverei ficar convosco? Até quando vos suportarei?”. Jesus pensa na multidão,
ávida de milagres, mas sem se preocupar muito com a fé. Pensa nos discípulos, a
tanto tempo com ele, e ainda com uma fé tão pequena e fraca. E pensa também em
nós, seus discípulos e discípulas de hoje, cuja fé é tão superficial e
descomprometida e às vezes misturada.
“Se vós
tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda, direis a esta montanha: vai
daqui para lá, e ela irá.” Quando a fé existe de verdade, mesmo que seja
pequenina, é eficaz porque participa do poder de Deus, para quem nada é
impossível.
Parece que temos medo de acreditar em Deus. Por
isso a sociedade segue um esquema moral próprio, que nem é o apresentado por
Jesus, nem deixa de ser; fica na pior posição, que é no meio do caminho. “Ó
gente sem fé e perversa!”
Desconfiamos do mistério de Deus e por isso
achamos difícil jogar-nos de corpo e alma no projeto de Jesus, preferindo a
nossa segurança.
“O justo
vive da fé” (Gl 3,11). Viver da fé é viver como Pedro andando sobre as águas,
ao encontro de Jesus. A segurança está em Deus, e ponto final. Ter fé é assinar
um cheque em branco e entregá-lo a Cristo. A nossa conta bancária tem um saldo
enorme: é a nossa vida toda.
A pessoa que faz isso sabe que Cristo é poderoso
e nos ama; ele não vai colocar-nos no SPC. Pelo contrário, vai aumentar e
transformar infinitamente o nosso crédito.
O medo é a posição contrária à fé. Sem enfrentar
riscos, não é possível seguir a Cristo.
Diante da fé, os que viviam com Jesus, e nós
hoje, estamos na mesma situação: o mesmo convite, a mesma hesitação, o mesmo
desafio. Que os mártires nos ajudem! Ter fé é jogar-nos na grande piscina do
Reino de Deus, sabendo que ele nos protegerá.
Neste mês nós celebramos a memória de S.
Domingos, o fundador dos dominicanos. Ele nasceu na Espanha, no Séc. XII.
Destacou-se na pregação da Palavra de Deus. Por isso que a congregação
religiosa dos dominicanos se chama Ordem dos Pregadores. Além da fundação dos
dominicanos, a grande contribuição de S. Domingos para os cristãos foi a
criação do terço, que chamamos também de rosário.
Na verdade, os monges já rezavam uma oração quase
igual. Os monges que sabiam ler rezavam a Liturgia das Horas. Os que não sabiam
ler deviam rezar todos os dias 150 Ave Marias, substituindo os 150 Salmos. S.
Domingos passou essa devoção para o povo, e organizou-a, dividindo-a em três
partes, que chamou de terços, e em cada terço escolheu cinco mistérios para o
cristão refletir, enquanto reza as Ave Marias. A devoção se espalhou
rapidamente e todos os cristãos do mundo passaram a rezar o terço. Em 2002, o
Papa João Paulo II criou mais um terço com os mistérios da Luz, ou mistérios
Luminosos, pois na divisão de S. Domingos ficou faltando a vida pública de
Jesus.
O nome Rosário foi criado também por S. Domingos.
Significa uma coroa de rosas que oferecemos a Maria. S. Domingos faleceu em
agosto de1221, com apenas 51anos de idade.
Santa Maria, a mulher de fé, e S. Domingos, rogai
por nós!
Se tiverdes fé, nada vos será impossível.
MOMENTO DE REFLEXÃO
“É difícil defender só com palavras a vida”, diz
o poema de João Cabral que poderia ser o emblema da trajetória de Zilda Arns,
cuja partida deixou-nos o legado de uma
existência dedicada a ajudar os semelhantes.
Quantos milhões de brasileiros estão vivos hoje,
sobreviventes da fome e da miséria, graças à ação da Pastoral da Criança e dos
seus milhares de voluntários?
Zilda Arns nos ensinou o verdadeiro sentido da
palavra missão e foi precursora na montagem de uma rede social de cunho
humanista, orientada para preservar o bem mais precioso e desamparado do país,
nossas frágeis crianças predestinadas às estatísticas de mortalidade infantil.
Tantas crianças franzinas, severinas como diz o
poema, mas que trazem “a marca de humana oficina” que o trabalho da Pastoral
cuidou de fazer vingar por meio de uma tecnologia social simples, quase
rústica, a chamada farinha múltipla, um complemento alimentar que operou o
milagre bíblico da multiplicação do pão da vida.
E com que grandeza moral e desprendimento Zilda
Arns foi a pastora de tantas almas, sem sucumbir ao proselitismo e sem cobrar
recompensas pessoais. Essa a sua maior lição de vida. Num tempo em que os
problemas parecem ser maiores que as soluções, Dona Zilda, como era
carinhosamente chamada, mostrou que não somos vítimas de um destino traçado.
A Pastoral surgiu em 1983, “bela como um sim,
numa sala negativa”, desabando as taxas de mortalidade da cidade de
Florestópolis, no Paraná, de 127 para apenas 20 por mil, em apenas dois anos.
Zilda Arns mostrou o caminho e começou a construir a rede que conta hoje com
260 mil voluntários que acompanham 1,8 milhão de crianças e perto de cem mil
gestantes em mais de quatro mil municípios. A Pastoral estendeu sua ação para
mais de vinte países, dentre eles o Haiti, vitimado pela tragédia do terremoto.
Graças ao trabalho de Zilda Arns o Brasil está
apto a atingir um dos oito objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, que
é o de diminuir as taxas de mortes de crianças em dois terços até 2015.
Num tempo em que se propõem soluções
grandiloquentes para os nossos graves problemas, temos o testemunho vivo de uma
ação exitosa que mostrou que a solidariedade, o compartilhamento de
informações, a ampliação do conhecimento, tudo isso compõe uma ética pública
que devemos louvar e enaltecer. Uma ética que não é artificiosamente construída
pela hegemonia da informação, pela intimidação ou pela força. Fica essa lição
de uma grande brasileira que com os farelos garantiu que a oficina da vida
pudesse desfiar o seu fio.
Roberto
Rocha
UM ABENÇOADO DIA PRA VOCÊ...
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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