Sexta-feira, 04 de agosto de 2023
“Seis horas de sono para um homem, sete para uma
mulher e oito para um tolo.” (Napoleão Bonaparte)
EVANGELHO DE HOJE
Mt 13,54-58
— O Senhor esteja
convosco.
— Ele está no meio de
nós.
— PROCLAMAÇÃO do
Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus
— Glória a vós,
Senhor!
E, chegando à sua
pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam:
De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?
Não é este o filho do
carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e
Simão, e Judas?
E não estão entre nós
todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto?
E escandalizavam-se
nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua
pátria e na sua casa.
E não fez ali muitas
maravilhas, por causa da incredulidade deles.
Palavra da salvação
Glória a vós Senhor.
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz
Não é ele o filho do carpinteiro? Então, de onde
lhe vem tudo isso?
Este Evangelho narra que Jesus não foi bem
recebido na sua terra, Nazaré. E isso por um motivo totalmente inválido: ele
era de lá, pertencia a uma família simples (pai carpinteiro) e não cursou
faculdade.
Mas o motivo verdadeiro é porque ele pisava no
calo; falava coisas que as pessoas não queriam ouvir, porque tocava na ferida
delas, isto é, chegava ao seu pecado, que elas não queriam abandonar.
O profeta fala a palavra certa, na hora certa, do
jeito certo e para a pessoa certa, sem estar preocupado em agradar os ouvintes.
Isso é difícil de engolir, a não ser que a pessoa queira realmente se
converter.
E o nosso pecado nos leva a transferir para os
outros, problemas que são nossos. Em vez de aceitar seu erro, criticavam a
Jesus. Quando nos simpatizamos com uma pessoa, aprovamos tudo o que ela fala ou
faz. Mas uma pessoa que nos é antipática fala ou faz a mesma coisa, nós
reprovamos. Como que os nossos julgamentos são subjetivos!
Tudo é motivo para condenar um profeta, até este:
eu conheço a sua família e sei que ele não estudou. E a perseguição ao profeta
é, às vezes, covarde. Criticamos porque ele ou ela tem o cabelo comprido ou
curto, porque usa essa ou aquela roupa, porque reza ou porque não reza, porque
é alegre ou porque é sério etc.
“E Jesus
não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.” A fé é condição
necessária para se receber uma graça de Deus. E o motivo principal da recusa a
um profeta é a nossa falta de fé.
Os profetas, isto é, os líderes cristãos que são
nossos vizinhos, e cujas famílias nós conhecemos, por si são melhores do que os
desconhecidos, porque eles ou elas nos conhecem e podem dar o remédio certo,
pois conhecem as nossas falhas. Também porque, sendo da nossa cidade ou bairro,
fica mais fácil a continuidade do trabalho evangelizador.
Os fariseus colocavam sua segurança na Lei. Os
saduceus colocavam sua segurança no dinheiro; eram todos latifundiários. E os
sacerdotes colocavam a sua segurança no culto. Assim, nenhum deles precisava de
Deus! Eram pessoas cheias de si mesmo e que se julgavam donas do próprio
destino. O certo é nos esvaziarmos de tudo. “Esse povo me procura só de
palavra, honra-me apenas com a boca, enquanto o coração está longe de mim. Seu
temor para comigo é feito de obrigações tradicionais e rotineiras” (Is 29,13).
“Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mt 15,8).
“Na sua boca, tu (Senhor) estás presente, mas longe do coração” (Jr 12,2).
Deus nos fala de muitas maneiras: pelos profetas,
pela Sagrada Escritura, por outros livros ou programas bons... Que estejamos
abertos.
Hoje nós celebramos a festa de Santo Inácio de
Loyola, o fundador da Ordem dos Jesuítas. Ele era espanhol e viveu no Séc. XVI.
Toda a vida de Inácio foi maravilhosa. Mas nos chamam a atenção dois fatos:
Como jovem ele levava uma vida devassa, envolvido
com bebidas, mulheres, jogo, boemia... Como era soldado, um dia foi gravemente
ferido. Na hora da cirurgia, para mostrar a sua bravura, dispensou a anestesia.
Após a cirurgia, teve de ficar muitos dias internado. Ele pedia romances de
cavalaria para ler. Mas, ao invés disso, as Irmãs do hospital lhe davam vidas
de santos. Inácio lia aqueles gestos heróicos dos santos e pensava: se eles
puderam, por que não eu? As Irmãs deram para ele ler um livro intitulado: A
lenda dourada, que narrava a vida de Jesus Cristo. Foi esse livro que mudou a
vida de Inácio. Ao lê-lo, ele começou a comparar a sua vida fútil e vazia, com
o grande ideal de Cristo, a serviço de Reino de Deus. Assim, aos poucos, ele
foi redescobrindo aquele Jesus que conhecera quando criança, no catecismo da
primeira comunhão. Tomou a firme resolução de trocar de carreira: em vez de
defender reinos humanos, tornar-se soldado de Cristo, lutando pelo Reino de
Deus. Logo que recebeu alta, foi ao santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat
e depositou sua espada aos pés da Virgem Maria. Depois, retirou-se para o meio
do mato, num lugar solitário, e ali se entregou totalmente à oração, à leitura
da Bíblia e à prática de penitências.
Outro fato que nos chama a atenção aconteceu
quando ele estava no meio do mato, fazendo penitências. Um dia, enquanto
caminhava, encontrou-se com um mendigo. Propôs ao mendigo uma troca das roupas.
O pobre aceitou, claro. Na hora, os dois trocaram as roupas. E lá se foi Inácio
vestido com as roupas do mendigo, e o mendigo com as de Inácio. Isso mostra bem
o temperamento de Inácio. Ele era prático, não suportava ter boas idéias apenas
na cabeça, mas queria executá-las logo. Que bom se nós ouvíssemos os profetas
com esse tipo de postura!
Maria Santíssima é a Rainha dos profetas. Ela
testemunhou corajosamente a verdade, com atitudes e com palavras, por exemplo,
no hino Magnificat. E o principal: ela nos deu o maior profeta de todos os
tempos: Jesus Cristo. Rainha dos profetas, e Santo Inácio, rogai por nós.
Não é ele o filho do carpinteiro? Então, de onde
lhe vem tudo isso?
MOMENTO DE REFLEXÃO
Mas afinal, o que é inteligência? (por Isaac
Asimov)
Quando eu estava no exército, fiz um teste de
aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos.
A média era 100.
Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e
durante duas horas eu fui o assunto principal..
(Não significou nada – no dia seguinte eu ainda
era um soldado raso da KP – Kitchen Police)
Durante toda minha vida consegui notas como essa,
o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu
imaginava que as outras pessoas também achavam isso.
Porém, na verdade, será que essas notas não
significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de
perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam
esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade
intelectual parecida com a minha?
Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais
conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos.
Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.
Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu
carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu
procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus
pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos.
No fim, ele sempre consertava meu carro.
Então imagine se esses testes de inteligência
fossem preparados pelo meu mecânico.
Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou
qualquer outro que não fosse um acadêmico..
Em qualquer desses testes eu comprovaria minha
total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante,
um estúpido.
Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu
treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer
algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me
daria muito mal.
A minha inteligência, portanto, não é algo
absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em
que vivo.
Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez.
Ele adorava contar piadas.
Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do
capô do meu carro e me perguntou:
“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de
construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se
estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas
marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um
lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o
balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi
embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o
senhor acha que ele fez?”
Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois
dedos, como uma tesoura.
“Mas você
é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir”
Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda
falou:
“Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes
hoje.”
“E muitos caíram?” perguntei esperançoso.
“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta
que ia funcionar”.
“Ah é? Por quê?”
“Porque você tem muito estudo doutor, sabia que
não seria muito esperto”
E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma
razão nisso tudo.
(tradução
livre do original “What is inteligence, anyway?”)
UM ABENÇOADO DIA PRA VOCÊ...
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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