sábado, 15 de fevereiro de 2025

DIÁRIO DE DOMINGO 16/02/2025

 

Diário de Domingo 16-02-2025

 

"Não jogue fora o balde velho até que você saiba se a novo segura água." -Provérbio Sueco

 

 

EVANGELHO DE HOJE

Lc 6,17.20-26

 

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas

— Glória a vós, Senhor!

 

 

Jesus desceu do monte com eles e parou com muitos dos seus seguidores num lugar plano. Uma grande multidão estava ali. Era gente de toda a Judéia, de Jerusalém e das cidades de Tiro e Sidom, que ficam na beira do mar. Jesus olhou para os seus discípulos e disse:

 

- Felizes são vocês, os pobres,

pois o Reino de Deus é de vocês.

- Felizes são vocês que agora têm fome,

pois vão ter fartura.

- Felizes são vocês que agora choram,

pois vão rir.

- Felizes são vocês quando os odiarem, rejeitarem, insultarem e disserem que vocês são maus por serem seguidores do Filho do Homem. Fiquem felizes e muito alegres quando isso acontecer, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês. Pois os antepassados dessas pessoas fizeram essas mesmas coisas com os profetas.

- Mas ai de vocês que agora são ricos,

pois já tiveram a sua vida boa.

- Ai de vocês que agora têm tudo,

pois vão passar fome.

- Ai de vocês que agora estão rindo,

pois vão chorar e se lamentar.

- Ai de vocês quando todos os elogiarem, pois os antepassados dessas pessoas também elogiaram os falsos profetas.

 

 

Palavra da Salvação

Glória a vós Senhor.

 

 

 

MEDITAÇÃO DO EVANGELHO

Padre Antônio Queiroz (In Memoriam)

 

Bem-aventurados os pobres. Ai de vós, ricos.

Neste Evangelho, Jesus nos apresenta o caminho da felicidade, em forma de paradoxo: “Bem-aventurados...” e “Ai de vós...” “Ai de vós” é uma imprecação, uma ameaça que convida à conversão, contrastando com a benção através da expressão “bem-aventurados”. São quatro exemplos de felicidade e quatro exemplos contrários. Primeiro ele “levantando os olhos para os seus discípulos”. Sinal que as bem-aventuranças acontecem especialmente com os discípulos.

As bem-aventuranças, tanto aqui como em Mt 5,1-12, são um “evangelho”, isto é, alegre notícia para os discípulos. Afinal, o que todos os homens e mulheres do mundo procuram é ser felizes.

O discurso menciona oito categorias de pessoas, emparelhadas por contraste: os pobres e os ricos; os que passam fome e os que estão fartos; os que choram e os que riem; os perseguidos e os que são aplaudidos. Há uma unidade de contraste, formando duas classes de pessoas: as que confiam nos homens e as que confiam em Deus. O Salmo responsorial (Sl 1) apresenta quase a mesma mensagem, através da figura da árvore.

As bem-aventuranças constituem a página mais revolucionária do Evangelho, porque nela Jesus estabelece uma inversão total dos critérios humanos, em relação à felicidade. Para a quase totalidade das pessoas, felizes são os que têm riqueza, dinheiro, êxito, posição social, segurança, poder, domínio, sexo e prazer. Já o Cristo declara bem-aventurados os que o mundo tem por infelizes, e declara infelizes os que o mundo tem por bem-aventurados.

A felicidade messiânica dos pobres, dos famintos, dos que choram e dos perseguidos por causa da fé cristã comprometida, contrapõe-se à situação perigosa dos ricos, dos que têm fartura, dos que riem e dos que são aplaudidos por todos.

As Bem-aventuranças são um caminho de felicidade diametralmente oposto ao apresentado pelo mundo pecador. Os cristãos são felizes exatamente naquelas situações que, segundo o mundo, trazem a infelicidade. Veja o contraste: para o cristão, felizes os pobres; para o mundo, felizes os ricos. Para o cristão, felizes os que agora choram; para o mundo, felizes os que agora riem... Por aí vemos que dois milênios se passaram e a humanidade ainda não entendeu nem vive o Evangelho de Jesus.

As Bem-aventuranças estão baseadas em duas grandes verdades: 1) A vida cristã autêntica, devido à oposição do mundo pecador, leva à pobreza, à aflição etc. 2) Deus assiste os seus filhos e filhas queridos, a ponto de inverter a situação, transformando em felicidade o que seria infelicidade, em alegria o que seria tristeza. Portanto, a felicidade dos cristãos não está nesses tropeços (pobreza, perseguição...), mas na intervenção de Deus em favor dos seus filhos queridos.

Antes de Jesus, ninguém tinha feito semelhante afirmação. As bem-aventuranças são tão paradoxais que só as entende quem as vive e pratica, como fez Jesus. A sua vida é a melhor chave de interpretação das bem-aventuranças. Ele, mesmo sendo Deus, foi pobre, perseguido etc.

A experiência comprova que realmente é como Jesus apresenta: os pobres, os que têm fome, os que choram e os que são perseguidos conquistam a felicidade; enquanto os ricos, os que têm fartura, os que agora riem e os que são elogiados por todos, não a conseguem.

Em toda a revelação bíblica, os pobres e os sofredores são os preferidos de Deus e os primeiros destinatários da boa nova do Reino de Deus, que Jesus anuncia (Cf Lc 4,18-19). As bem-aventuranças são um resumo de todo o Evangelho. Elas apresentam as atitudes básicas para ser discípulo ou discípula de Jesus. São a carta magna, ou a constituição para a cidadania no Reino de Deus.

“Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos. Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai” (1Jo 3,1-3).

“(Irmãos), os que tiram proveito deste mundo, (vivam) como se não aproveitassem. Pois a figura deste mundo passa” (1Cor 7,31).

Ao contrário dos dez mandamentos, as bem-aventuranças não são leis, nem mandamentos, nem sequer conselhos. São simplesmente a constatação e a descrição de um fato que acontece todos os dias em nossas Comunidades e em nossas famílias. A vida cristã no meio do mundo pecador gera tristezas, que Deus, em seu poder, transforma em alegrias.

Jesus não está também dizendo que ser pobre e ser odiado é bom. Nem que esses tropeços da nossa vida são valores. Também não quis dizer que a felicidade está em ser pobre, ser insultado etc. A felicidade está em ser filho de Deus.

Portanto, não devemos procurar esses infortúnios (pobreza, ser odiado, insultado...). O que devemos é ter paz em meio a todos esses contra tempos, vendo neles um sinal de predileção de Deus e um sinal de que estamos no caminho certo, no seguimento do Evangelho.

As Bem-aventuranças são uma realidade que vemos todos os dias estampada no rosto das Comunidades cristãs. Os cristãos enfrentam as maiores dificuldades, até o martírio e, em meio a tudo isso, trazem no rosto um sorriso que ninguém consegue imitar, e que é identificado até numa fotografia.

Nas bem-aventuranças, é expressa, com outras palavras, aquela oposição entre a luz e as trevas, descrita no primeiro capítulo do Evangelho de S. João.

O Pe. Alderige era pároco de Santa Rita de Caldas – MG. Faleceu dia 03/10/1997. Um dia ele disse: “Eu gostava tanto de ler, mas agora não posso, porque a vista enfraqueceu. Eu adorava fazer caminhadas, mas não posso mais, porque estou com os pés cheios de calos e as pernas fracas. Outra coisa e que eu apreciava era tomar uma cervejinha, mas o médico proibiu. Eu era vidrado numa costela de porco, mas agora não posso nem ver, o estômago não aceita. Como Deus é bom! Ele vai aos poucos nos desprendendo deste mundo, para nos levar ao céu”.

Os santos são sempre felizes, mesmo nas maiores privações.

Maria Santíssima, em seu canto Magnificat, expressou a mesma reviravolta radical apresentada por seu Filho nas bem-aventuranças.

E existe uma Bem-aventurança que não está, nem neste texto de Lucas nem no capítulo quinto de Mateus. Ela está em Lc 1,45, foi dita por Isabel e se refere à Mãe de Jesus: “Bem-aventurada aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido”. Que Maria nos ensine a amar e viver as Bem-aventuranças. Que ela nos ajude a viver este Evangelho.

Bem-aventurados os pobres. Ai de vós, ricos.

 

 

MOMENTO DE REFLEXÃO

 

Os senhores do mundo!

 

Desde os primórdios dos tempos os animais são subjugados à condição de inferioridade pela raça humana, como se tivessem papel desprezível ou insignificante na vida, meros coadjuvantes no teatro das ambições, vaidades e espetáculos de almas aflitas, no palco das ilusões. 

O homem dominou a terra e dela fez a sua morada, com isso, pensa-se superior.

 Derrubou árvores, mudou o curso de rios, criou lagos artificiais, modificando habitats de animais a seu bel-prazer, como se fossem senhores absolutos da vida, algozes de destinos sombrios para seus companheiros de jornada, alimentando a dor e a aflição de sua própria existência.

Durante milênios o ser humano se digladia em embates sangrentos, com objetivos de conquistas, apoderar-se daquilo que é de seu semelhante, almas agonizantes, ávidas de ambição, senhores do mundo, senhores da vida, senhores de sua própria... derrocada.

Esquece que nada nos pertence, apenas nos é emprestado nesta vida de aprendizados.

Os séculos atravessaram o tempo e a ganância referenda a destruição, modificando apenas o cenário, antes campos de batalha sob a força e égide de espadas e lanças para um cenário mais perigoso e destruidor de arsenais nucleares, além da força mutilante dos motosserras, devastando as florestas e habitats.

O senhor do mundo caminha destruindo tudo à sua volta. A natureza, os animais e até os seus próprios irmãos são vítimas dos algozes da dor, um flagelo da alma.  O maior inimigo do ser humano é ele mesmo e ainda não atentou para tal fato, esquecendo que subjugar semelhantes, destruir a natureza, menosprezar os animais como sempre fizeram, formam a lâmina que cortará a cabeça deste senhor do mundo, afinal, o ódio às espécies sinaliza e pede passagem. O ser humano é o espelho de sua agonia, de sua mentira, arrogância e destruição.

A vida está repleta de senhores do mundo, donos do dinheiro, tiranos do poder, ambiciosos que só pensam em si, que destroem o que veem pela frente, subjugando todas as manifestações de vida a planos inferiores.

E o pior é que isso vem de séculos. Os infelizes animais sempre em segundo plano por causa da vaidade humana e tirania dos senhores do mundo, os "superiores" que causam guerras, destruições, devastando o verde e considerando os animais como seres inferiores.

O homem ofende a sua própria alma que mergulha nos pântanos do desespero.

Em pouco mais de 200 anos, após a revolução industrial, chegamos a esta triste realidade do aquecimento global.

Os senhores do mundo estão perdidos no desencanto, mergulhados na mentira, na farsa da superioridade, sufocando a vida, provocando a dor.  Quanta ilusão e desencanto, afinal, se fossem superiores não haveriam guerras nem a imperiosa necessidade de discutir-se a questão climática, afinal, o homem atravessa milênios e continua com o mesmo defeito que destrói a sua alma: a soberba provocada pelo desconhecimento e razão da vida, esquecendo que aquele que destrói a vida na Terra destrói a si mesmo.

Ainda há tempo para reverter a situação e ver a natureza como irmã, aproximar-se dela, tratá-la com respeito e ver nos animais a mesma igualdade, afinal, o que eleva a Deus é o sentimento de amor e o fulgor da simplicidade. O resto é obra da vaidade, da prepotência, da arrogância dos empedernidos que pensam ser superiores se não conseguem mudar o ritmo natural de uma folha que cai de uma árvore.

Se Deus concedeu-nos o discernimento, a inteligência para cumprir a vida na Terra, até hoje não soubemos usá-la como deveria ser.

Disse o Mestre Jesus:

 "Amai-os uns aos outros como Vos amei"!

A natureza, os animais, todas as manifestações de vida são o nosso próximo. E ainda não perceberam a verdade dos fatos.

 

 

 

 

E até que nos encontremos novamente,

que Deus lhe guarde serenamente

na palma de Suas mãos.

 

 

 

 

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