Diário de Quinta-feira 20-02-2025
“A saudade é o bolso onde a alma guarda
aquilo que perdeu.” (Rubem Alves)
EVANGELHO DE HOJE
Mc 8,27-33
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo Marcos
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 27Jesus partiu com seus
discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos
discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?”
28Eles responderam: “Alguns dizem que tu
és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”.
29Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és
o Messias”.
30Jesus proibiu-lhes severamente de
falar a alguém a seu respeito. 31Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que
o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos
sacerdotes e doutores da Lei, devia ser morto, e ressuscitar depois de três
dias. 32Ele dizia isso abertamente.
Então Pedro tomou Jesus à parte e
começou a repreendê-lo. 33Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e
repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás!” Tu não pensas
como Deus, e sim como os homens”.
Palavra da Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Padre Antônio Queiroz (In Memorian)
Tu és o Messias... E começou a ensiná-los, dizendo
que o Filho do Homem devia sofrer muito.
Este Evangelho narra a pergunta que Jesus fez aos
discípulos a respeito da opinião do povo sobre quem é ele. Após várias
respostas, Jesus a pergunta principal: “E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro
respondeu: Tu és o Messias”.
Esta segunda pergunta de Jesus – E vós, quem dizeis
que eu sou? – é fundamental na nossa vida cristã. Hoje ela é feita por Cristo
diretamente a mim e a você: Quem sou eu para você, isto é, na sua vida? Da
resposta a essa pergunta depende o sentido que damos aos nossos atos e à nossa
vida. Ela é a força que nos impulsiona, a esperança que nos anima.
A resposta tem de ser pessoal. Não adianta repetir
frases decoradas no catecismo sobre quem é Jesus.
Para responder quem é uma pessoa, precisamos primeiro
conhecê-la bem. Não basta saber o nome, onde mora, sua idade, escolaridade,
conhecer os seus familiares e saber para que time torce. Precisamos conviver,
fazer uma experiência pessoal com ela, escalando a montanha da vida, nadando no
oceano do tempo, ouvindo a melodia do seu coração, vendo as suas atitudes nas
mais diversas situações e captando os seus sentimentos. Só se conhece alguém a
partir da sua vida, da sua história, dos seus sonhos e ideais. Para isso
precisamos, como dizem os japoneses, “comer um quilo de sal junto com a
pessoa”.
Na verdade, mesmo assim a pessoa ainda permanece um
mistério. O ser humano é insondável, até para a própria pessoa, quanto mais
para os outros. Quanto a Jesus, precisamos, através dos Evangelhos, conhecer o
seu rosto autêntico, a fim de descobrir nele o rosto de Deus.
É urgente fazermos essa experiência com Jesus, a fim
de tomarmos uma posição definida em relação a ele. Se respondermos, por
exemplo, que ele é o nosso caminho, verdade e vida, o seu sonho passará a ser o
nosso sonho. Só assim responderemos corretamente à pergunta que hoje ele nos
faz: “E para você, quem sou eu?” O Senhor é o meu modelo de vida na terra,
respondemos.
Convivendo com Jesus, descobriremos nele uma pessoa
plenamente humana, um ser humano que se formou na estreiteza de um útero, na
simplicidade de uma aldeia e na insignificância de uma cultura. Veremos em
Jesus um ser histórico, que sente fome, sede, saudade, alegria, angústia,
amizade, que chora pela morte de um amigo, que cresce, aprende, pergunta, ouve,
avalia e até se indigna.
Descobriremos alguém que por amor assumiu
integralmente a nossa condição humana, e por isso é companheiro, modelo, mestre
e amigo. Compensa mergulhar nessa piscina.
Pedro deu uma resposta correta sobre quem é Jesus.
Mas lhe faltava a dimensão do Messias sofredor. “O Senhor Deus abriu-me os
ouvidos, e eu não fiquei revoltado, para trás eu não andei. Apresentei as
costas aos que me queriam bater, ofereci o queixo aos que me queriam arrancar a
barba e nem escondi o rosto dos insultos e escarros” (Is 50,5-6).
Entretanto, após a bronca de Jesus – “Vai para longe
de mim, Satanás!” – Pedro aprendeu a lição. Não só aprendeu, mas seguiu, pois
ele também morreu crucificado. O caminho de Pedro é o nosso caminho: dando
cabeçadas, aprendemos.
Imagine que você tem um cachorro de estimação, e o vê
roendo um osso. Você fica indignado com aquilo e tenta tirar o osso da boca do
cão, mas não consegue, porque ele ameaça morder em você; afinal, é a única
coisa que ele tem.
Você tem uma ideia: vai lá dentro, pega um filé
mignon bem gostoso e joga perto do cachorro. Claro que imediatamente ele larga
o osso e abocanha o filé. E o faz abanando o rabo para você, em agradecimento.
Aí você pega o osso e joga no lixo.
Muita gente que não conhece direito a Cristo vive
roendo ossos por aí: drogas, sexo livre, farras, alcoolismo... Em vez de lhes
tirar esses ossos, o que dificilmente conseguimos, vamos oferecer-lhes o filé
mignon que é Cristo.
Podemos dizer que existem dois jeitos de educar
crianças e jovens: arrancando ossos e oferecendo filé mignon. Todo mundo quer a
felicidade; se não oferecemos a verdadeira e plena, a pessoa a busca do seu
jeito, nas felicidades magras que o mundo lhe oferece.
Se um copo está cheio de um líquido e você despeja
nele outro líquido mais pesado, o que estava é jogado para fora. Não queiramos
primeiro esvaziar o coração das pessoas, tirando deles o que está errado; vamos
apresentar-lhes algo melhor, que o antigo esborrifará para fora naturalmente.
Que Maria Santíssima, a pessoa que melhor conheceu e
amou a Jesus, nos ajude a respondeu com a nossa vida à pergunta que hoje nos
faz: Quem sou eu para você?
Tu és o Messias... E começou a ensiná-los, dizendo
que o Filho do Homem devia sofrer muito.
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Muita gente anda se perdendo em tormentos tolos,
buscando recompensas materiais rápidas, vendendo a alma, o corpo e seus ideais,
em troca de algum conforto material, tentando compensar suas ausências com joias,
celulares caros e cheios de acessórios, carros com mais potência e luxo, e
nada, absolutamente nada o satisfaz.
A felicidade que tanto buscamos nas coisas, que tentamos
encontrar nos outros, no amor que não vivemos, no amor que partiu, no parente
que morreu, no filho que não nasceu, na semente que não germinou, é tudo ilusão
de olhos materiais, olhos que só veem o que se vê na superfície, e o iceberg
tem apenas uma parte para fora da água, sua maior porção não está revelada, por
isso os tolos batem e afundam.
A felicidade está onde você a colocar, no vaso de
gerânios na janela, na horta que cresce verdinha e plena das suas mãos, no
orfanato que você visita e é reconhecido, no trabalho onde você é respeitado
pela generosidade, na sua casa onde te amam pela sua compreensão, na igreja
onde reconhecem a sua espiritualidade verdadeira.
A felicidade não permite aparências, coisas externas,
está em nosso semblante, é exibida pelos olhos, que são espelhos da alma.
Não se frustre por tão pouco, não se inquiete, deixe de
lado as falsas expectativas que você cria, viva a realidade do dia e Deus, na
sua infinita sabedoria, saberá dar-lhe, no momento oportuno, não o que desejas,
pois nem sempre é o melhor para o seu tempo, mas o que precisas para viver a
felicidade que existe em ti.
Isso se chama Plenitude!
Muita paz para o seu dia...
Paulo Roberto Gaefke
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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