Terça-feira, 02 de maio de 2023
"Os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais são: riqueza sem trabalho; prazeres sem escrúpulos; conhecimento sem sabedoria; comércio sem moral; política sem idealismo; religião sem sacrifício e ciência sem humanismo."(Mahatma Gandhi)
EVANGELHO DE HOJE
Jo 10,22-30
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João
— Glória a vós, Senhor!
E em Jerusalém havia a festa da dedicação, e era inverno.
E Jesus andava passeando no templo, no alpendre de Salomão.
Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente.
Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim.
Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito.
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem;
E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.
Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.
Eu e o Pai somos um.
Palavra da salvação
Glória a vós Senhor.
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz (In Memorian)
Eu e o Pai somos um.
Neste Evangelho, Jesus é abordado por um grupo de judeus, que lhe perguntam se ele é o Messias. Jesus diz a eles que a resposta está nas suas obras. E aproveita para falar a respeito de Deus Pai e de sua relação com ele: “Eu e o Pai somos um”. Está aí uma afirmação clara da sua divindade.
Em seguida, Jesus continua referindo-se à parábola do Bom Pastor: As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna”. De fato, Jesus era dedicado à salvação do povo. Ele mesmo não tinha nem onde reclinar a cabeça, e mesmo assim passa a vida fazendo o bem às pessoas.
“...e elas me seguem.” Também as suas ovelhas fazem a sua parte, seguindo sempre a Jesus. “Quem é de Deus ouve a Palavra de Deus” (Jo 5,47). As ovelhas de Jesus sabem distinguir a sua voz de outros falsos pastores.
Agora, se uma ovelha não quer mais ficar no rebanho, isto é, na Comunidade cristã, aí não tem jeito, porque ela é livre. Com certeza ela será devorada pelo lobo, pois uma ovelha é mais fraca que um lobo e mais fraca que diversos outros animais predadores.
E existem os continuadores do ministério de Jesus como Pastor. Os principais são o Papa, os bispos, os sacerdotes e os diáconos. Depois vêm os religiosos e religiosas e os leigos líderes das Comunidades cristãs. Também os pais, os bons professores, os bons políticos e todos os que exercem poder e autoridade sobre as pessoas. Vamos promover todas essas vocações, e colaborar para que elas exerçam bem o seu ministério.
Um bom líder está sempre atento para proteger o povo a ele confiado, pois a sociedade está cheia de enganadores e aproveitadores. Ele cuida dos explorados e empobrecidos, chegando até a arriscar a própria vida por eles. Já o mercenário usa de seu cargo em benefício próprio, não convive nem procura conhecem bem as suas ovelhas. É fácil perceber quem é mercenário e quem é pastor verdadeiro.
“Ai dos pastores de Israel, que são pastores de si mesmos! Não é do rebanho que os pastores deveriam cuidar? Eles bebem o leite, vestem a lã, matam as ovelhas gordas, mas não cuidam do rebanho. Vocês não procuram fortalecer as ovelhas fracas, não dão remédio para as que estão doentes, não curam as que se machucaram, e não trazem de volta as que se desgarraram. Assim, por falta de pastores, minhas ovelhas ficam vagando sem rumo, e se tornaram pasto de feras selvagens” (Ez 34,1-10).
Por isso, “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença” (Mt 9,35). Jesus dava tudo o que tinha para ver todo mundo bem orientado e feliz. Mas, sozinho, não dava conta, por isso pediu para os discípulos rezarem pedindo novos líderes, novos pastores para o rebanho. Hoje a carência de pastores até aumentou.
Pelo batismo, todos nós nos tornamos pastores. Na celebração do batizado, logo após a pare central que é derramar água na cabecinha da criança, o padre faz a seguinte oração: “Que Deus te consagre c o óleo santo, para que, como membro de Cristo, sacerdote, profeta e rei, continues no seu povo até a vida eterna”. Vemos, assim, que o batismo nos tornou membros de Cristo, que é pastor; portanto, somos pastores também.
Na prática, como ser um bom pastor? É sendo fermento, sal e luz no meio do mundo e dando o bom exemplo e não escondendo a própria fé. Devemos aproveitar todas as oportunidades para dizer uma boa palavra, além da participação ativa na Comunidade cristã. Por exemplo, participando dos grupos de quarteirão e das diversas organizações dos cristãos leigos e leigas. Quantas “santinha”, isto é, imagens ou quadros de Nossa Senhora percorrem as casas, levando mais fé, esperança, caridade e mais consciência da vida em Comunidade! São oportunidades que temos para exercer o nosso ministério de pastores.
Certa vez, um macaco estava na beira de um rio e viu um peixe dentro d’água. Ele pensou: “O bichinho está se afogando!” Enfiou a sua pata na água com toda a rapidez e o apanhou. O peixe começou a se debater. O macaco disse: “Olhe como ele está contente!” Quando o peixe morreu, o macaco comentou: “Que pena que eu não cheguei antes aqui!”
O mundo nos apresenta muitos caminhos que têm aparência de salvadores mas na verdade são caminhos falsos e enganadores, que nos levam à perdição e à ruína. Jesus é o nosso Bom Pastor, aquele que realmente nos salva e faz felizes.
Que Maria Santíssima nos ajude a sermos dignos continuadores do seu Filho, o Bom Pastor.
Eu e o Pai somos um.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca, hoje, é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência – e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém: algumas vezes, você tem de aprender a perdoar a si mesmo…
Flávio Gikovate - médico formado pela USP no ano de 1966. Desde 1967, trabalha como psicoterapeuta, tendo atendido mais de 8000 pacientes. Dedica-se, principalmente, às técnicas breves de psicoterapia.
UM ABENÇOADO DIA PRA VOCÊ...
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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