Domingo, 24 de setembro de 2023
As
pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leve-as no coração. (Dom Helder
Camara)
EVANGELHO DE HOJE
Mt
20,1-16
—
O Senhor esteja convosco.
—
Ele está no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus
—
Glória a vós, Senhor!
Uma
grande multidão, vinda de várias cidades, veio ver Jesus. Quando todos estavam
reunidos, ele contou esta parábola:
-
Certo homem saiu para semear. E, quando estava espalhando as sementes, algumas
caíram na beira do caminho, onde foram pisadas pelas pessoas e comidas pelos
passarinhos. Outras sementes caíram num lugar onde havia muitas pedras, e,
quando começaram a brotar, as plantas secaram porque não havia umidade. Outra
parte caiu no meio de espinhos, que cresceram junto com as plantas e as
sufocaram. Mas algumas sementes caíram em terra boa. As plantas cresceram e
produziram cem grãos para cada semente.
E
Jesus terminou, dizendo:
-
Quem quiser ouvir, que ouça!
Os
discípulos de Jesus perguntaram o que ele queria dizer com essa parábola. Jesus
respondeu:
-
A vocês Deus mostra os segredos do seu Reino. Mas aos outros tudo é ensinado
por meio de parábolas, para que olhem e não enxerguem nada e para que escutem e
não entendam.
-
O que essa parábola quer dizer é o seguinte: a semente é a mensagem de Deus. As
sementes que caíram na beira do caminho são as pessoas que ouvem a mensagem.
Porém o Diabo chega e tira a mensagem do coração delas para que não creiam e
não sejam salvas. As sementes que caíram onde havia muitas pedras são as
pessoas que ouvem a mensagem e a recebem com muita alegria. Elas não têm raízes
e por isso crêem somente por algum tempo; e, quando chega a tentação, abandonam
tudo. As sementes que caíram no meio dos espinhos são as pessoas que ouvem a
mensagem. Porém as preocupações, as riquezas e os prazeres desta vida aumentam
e sufocam essas pessoas. Por isso os frutos que elas produzem nunca amadurecem.
E as sementes que caíram em terra boa são aquelas pessoas que ouvem e guardam a
mensagem no seu coração bom e obediente; e, porque são fiéis, produzem frutos.
Palavra
da salvação
Glória
a vós Senhor.
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Canção Nova
A parábola de hoje nasce
da realidade agrícola do povo da Galiléia. Era uma região rica, de terra boa, –
mas com o seu povo empobrecido, pois as terras estavam nas mãos de poucos, e a
maioria trabalhava ou como arrendatários ou como “bóia-fria” como diríamos
hoje. Embora a cena situe-se na Galiléia de dois mil anos atrás, bem poderia
ser o Brasil da atualidade. Apresenta uma situação de trabalhadores braçais
desempregados, não por querer, mas “porque ninguém nos contratou” (v.7). Talvez
haja uma diferença, comparando com a situação de hoje – na parábola, o salário
combinado era uma moeda de prata, um denário, que na época era o suficiente
para o sustento diário duma família – o que nem sempre se verifica hoje.
O dono de uma vinha
chamou trabalhadores para a colheita. A uns chamou pela manhã, outros ao longo
do dia e outros, ainda, no fim do dia. A todos, compromete-se com o mesmo
pagamento. Naturalmente, aqueles que começaram a trabalhar ainda cedo
reclamaram ao patrão por ter recebido o mesmo montante dos outros que
trabalharam apenas uma pequena parte do dia. Para o patrão, porém, está feita
justiça: pagou a todos conforme o combinado e, ademais, dispôs daquilo que é
seu. Se, aos olhos do empregado que se considera lesado aquilo era injusto, ao
patrão foi apenas um acerto de contas equânime, dentro dos limites que tinha
estabelecido.
Muitas vezes assumimos o
papel dos trabalhadores que reclamam por ter trabalhado tanto enquanto outros
que não sofreram as mesmas penas recebem a mesma recompensa. Assim o é na vida
civil e na vida cristã. Mas, para Deus, não importa o “tempo de casa” ou aquilo
tudo que já demos: importa com que amor o demos, com que dedicação o fizemos.
Além disso, o Senhor nos dá a Sua graça e esta Ele dispõe como deseja. Essa é a
aparente contradição: a perspectiva humana entende que o pagamento deve ser
correspondente ao tempo ou à responsabilidade do trabalho. Deus, não. Ele
entende que pode dispor do que é seu e dá a cada um como considera o seu
merecimento.
O texto nos ensina que a
lógica do Reino não é a lógica da sociedade vigente. Na nossa sociedade, uma
pessoa vale pelo que produz – logo, quem não produz não tem valor. Assim se faz
pouco caso do idoso, aposentado, doente, excepcional. Na parábola, o patrão
(símbolo do Pai) usa como critério de pagamento, não a produção, mas o sustento
da vida – também o trabalhador da última hora precisa sustentar a família, e
por isso recebe o valor suficiente, um denário.
O Reino tem outros
valores do que a sociedade do nosso tempo – a vida é o critério, não a
produção. Por isso, quem procura vivenciar os valores do Reino estará na
contramão da sociedade dominante. O texto nos convida a imitar o Pai do Céu,
lutando por novas relações na sociedade e no trabalho, baseadas no valor da
vida, não na produção e consumo. Para a comunidade de Mateus, a parábola tinha
mais um sentido. Começavam a entrar pagãos na comunidade, e muitos cristãos de
origem judaica tinham dificuldade em aceitá-los em pé de igualdade – eram “da
última hora”. Mateus conta a parábola para ensiná-los que no Reino,
experimentado através da comunidade, não pode haver discriminação entre
cristãos de várias origens, por isso “os últimos serão os primeiros”. O
critério é a gratuidade de Deus Pai, pois tudo o que temos, recebemos dele, e
sendo todos filhos e filhas amados dele, a comunidade cristã não pode
discriminar pessoas, por qualquer motivo que seja.
O Senhor está sempre a
nos convocar para fazer parte do seu reino. Enquanto aqui vivemos seremos a
cada instante convidados para entrarmos em sintonia com o reino dos céus. Feliz
de quem atende ao chamado do Senhor logo cedo na vida, pois usufruirá de tudo
quanto Ele providenciou para que tenhamos uma qualidade de vida melhor. Quando
nós aceitamos o convite de Jesus para entrar no Seu reino, tendo-o como Rei e
Senhor da nossa vida, nós também nos tornamos Seus colaboradores para atrair
outros que ainda estão vagando no mundo e não encontraram ainda a verdadeira
felicidade porque não abraçaram a salvação de Jesus. A recompensa é a salvação
e o Senhor a promete a todos àqueles que a acolherem. Seja em qualquer hora da
nossa vida, até na hora da nossa morte nós teremos a chance de ganhar o prêmio
da vida eterna. É pela bondade e misericórdia do Pai que nos enviou Jesus
Cristo que nós somos salvos. Portanto, não façamos questão para sermos os
primeiros ou os últimos, o mais importante é que já estamos dentro do redil do
reino de Deus. Você já aceitou o convite para trabalhar na vinha do Senhor?
Qual é a recompensa que você espera? Você se incomoda se outros também
receberem a mesma recompensa que você espera? Você deseja que muitos entrem
também com você no reino de Deus? O que você tem feito para que isto aconteça?
Pai, que eu jamais me
deixe levar pelo espírito de ambição e de rivalidade, convencido de que, no
Reino, somos todos iguais, teus filhos.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Uma manhã, quando nosso
novo professor de "Introdução ao Direito" entrou na sala, a primeira
coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira
fila:
- Como te chamas?
- Chamo-me Juan, senhor.
- Saia de minha aula e
não quero que voltes nunca mais! - gritou o desagradável professor.
Juan estava
desconcertado.
Quando deu de si,
levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala.
Todos estávamos
assustados e indignados, porém ninguém falou nada.
- Agora sim! - e
perguntou o professor - para que servem as leis?...
Seguíamos assustados
porém pouco a pouco começamos a responder à sua pergunta:
- Para que haja uma
ordem em nossa sociedade.
- Não! - respondia o
professor.
- Para cumpri-las.
- Não!
- Para que as pessoas
erradas paguem por seus atos.
- Não!!
- Será que ninguém sabe
responder a esta pergunta?!
- Para que haja justiça
- falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É
isso... para que haja justiça.
E agora, para que serve
a justiça?
Todos começávamos a
ficar incomodados pela atitude tão grosseira.
Porém, seguíamos
respondendo:
- Para salvaguardar os
direitos humanos...
- Bem, que mais? -
perguntava o professor.
- Para diferençar o
certo do errado... Para premiar a quem faz o bem...
- Ok, não está mal
porém... respondam a esta pergunta:
agi corretamente ao
expulsar Juan da sala de aula?...
Todos ficamos calados,
ninguém respondia.
- Quero uma resposta
decidida e unânime!
- Não!! - respondemos
todos a uma só voz.
- Poderia dizer-se que
cometi uma injustiça?
- Sim!!!
- E por que ninguém fez
nada a respeito?
Para que queremos leis e
regras se não dispomos da vontade necessária para pratica-las?
- Cada um de vocês tem a
obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos.
Não voltem a ficar
calados, nunca mais!
- Vá buscar o Juan -
disse, olhando-me fixamente.
Naquele dia recebi a
lição mais prática no meu curso de Direito.
Quando não defendemos
nossos direitos perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.
UM ABENÇOADO DIA PRA VOCÊ...
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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