Sexta-feira, 01 de dezembro de 2023
“Montando
a árvore de natal, podemos ver em cada bola um remontar, em cada adereço uma
esperança, em cada lâmpada um caminho novo a seguir renovando as esperanças, e
na estrela do alto um guia em novos caminhos. Essa árvore, por mais que seja
bela, se vista por este ângulo, estará ainda mais bela por sua missão.” (Jean
Carlos Sestrem)
EVANGELHO DE HOJE
Lc
21-29-33
—
O Senhor esteja convosco.
—
Ele está no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas
—
Glória a vós, Senhor!
E
Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. Quando
começam a brotar, basta olhá-las para saber que o verão está perto. Vós, do
mesmo modo, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de
Deus está perto. Em verdade vos digo: esta geração não passará antes que tudo
aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”.
Palavra
da salvação
Glória
a vós Senhor.
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Alexandre Soledade
Bom dia!
Continuando (…)
Sofremos, lutamos,
levantamos e resolvemos continuar, Jesus a nossa frente a nos pedir que ergamos
a cabeça que logo seriamos agraciados com a vitória, a conquista. Quem após uma
grande turbulência ou adversidade não saiu melhor, mais forte, pronto a superar
novos desafios?
O sofrimento trás sim
transtornos a nossa vida e daqueles que nos cercam, mas esse duro aprendizado
acaba quebrando a dormência de nossa vida. Entenda dormência um processo de
“casulo” que toda semente tem, umas mais outras menos.
Uma semente ao cair no
solo não germina de imediato, ela esta dormente. Algumas precisam apenas do
contato com os nutrientes do solo e um pouco de água para despertar, outras,
porém precisam de muito calor. Sementes do nosso cerrado só brotam depois que
são queimadas, ou seja, aqueles incêndios que vemos acabam gerando vida após o
sofrimento. Entenda nesse exemplo que a natureza, que existe bem antes de
qualquer um de nós de certa forma ela consegue ver no sofrimento a própria
vida.
Somos suscetíveis a dias
bons e dias não tão bons, mas um dia teremos que crescer e ver as folhas brotar
(nossos dons, carismas, talentos) e saber que chegou a hora – É verão. O
Espírito Santo se revela na primavera, nas flores, na graça, na paz, na alegria
(…). Ele nos torna graciosos aos olhos de Deus e dos irmãos. Quem passa por nós
sabe que algo mudou. Chega o verão e é hora de revelar o quanto você melhorou,
cresceu, mudou…
Sei que é uma canção
batida, mas “Então é natal! O que você fez”?
O que mudou? O que vai
mudar?
Em um dia, ou seja, 24
horas, podemos ter momentos. Amanhecer cabisbaixo num possível outono; empolgar
numa primavera de sorrisos no trabalho; mostrar a tarde todo seu talento de
verão e no fim do expediente voltar à realidade, num triste inverno, sozinho
num quarto quase depressivo (a) esperando um novo dia amanhecer. Ou então amanhecer
sorrindo de orelha a orelha (primavera), trabalhar pensando no intervalo do
almoço (outono); passar a tarde reclamando da vida, da falta de oportunidades,
de chances (inverno); e a noite, reunido com a família para o jantar (verão)
Durante esses dias,
fases, intervalos (…) em que “estação” ou momento ou estado de espírito
passamos mais tempo?
Domingo o advento inicia
no clamor pelo perdão de nossas faltas, e finda no quarto domingo nos renovando
a esperança. O advento, no coração de quem crê, é o fogo que precisávamos para
quebrar a dormência do nosso agir. É a oportunidade de voltar a nascer depois
de um erro, de uma tragédia, uma perca. É um tempo propício para refletirmos o
que fizemos e como fizemos.
Nossa igreja se iniciou
no sacrifício pascal de Jesus e continua ano após ano trazendo mensagens de um
novo recomeço, de ressurreição, de vida. Se ainda vivemos (ou estamos vivendo)
outonos e invernos, em nossa relação comigo mesmo e com os que nos cercam, é
porque estou estendendo o sofrimento da cruz deixando “passar batida” a
esperança que nasce no presépio.
Quem crê e vigia não
precisa temer os evangelhos dessa semana ou tecer, como tantos cientistas, em
cálcular o quando e como o mundo viria a acabar. Às vezes levamos 20, 30, 50
,70 anos pra entender que o verão já chegou, e que esse fim de mundo acontece
toda vez que resolvo dar um 180° na minha vida; todo vez que aquele que era
torto na vida resolve endireitar, quando um mundo velho acaba e um novo
recomeça… Um mundo novo nasce da mudança de atitude de uma única pessoa, pois o
reino cabe dentro de um único coração.
“(…) Os fariseus perguntaram um dia a Jesus
quando viria o Reino de Deus. Respondeu-lhes: O Reino de Deus não virá de um
modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já
está no meio de vós”. (Lucas 17, 20-21)
De coração aberto, abra
sua vida, sua casa, sua família ao advento.
“(…) Eis que estou à porta e bato: se alguém
ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com
ele e ele comigo“. (Apocalipse 2, 30)
Um imenso abraço
fraterno.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Alguém observou que cada
vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal.
É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2
meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo
desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta
em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas.
Será bom.
Então nos amaremos e nos
desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a
outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem
cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos,
bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão
de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade,
transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao
flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o
vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma
chave para o mundo.
Completado o ciclo
histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é,
com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais
cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará
correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e
burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o
borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se
dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho
cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.
A poesia escrita se
identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso
do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra
impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.
A música permanecerá a
mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos
musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.
Com economia para os
povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições
arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta
no dicionário: paz.
O trabalho deixará de
ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição
desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada
um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de
justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.
Todo mundo se rirá do
dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para
visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior,
comunicando-se por um atalho invisível.
A morte não será
procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já
compreendera a da manhã.
O mundo será
administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem
das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.
E será Natal para
sempre.
Ah! Seria ótimo se os
sonhos do poeta se transformassem em realidade.
Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço”-
Carlos Drummond de Andrade
UM ABENÇOADO DIA PRA VOCÊ...
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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