Terça-feira, 28 de novembro de 2023
"O
êxito é fácil de obter. O difícil é merecê-lo". (Albert Camus).
EVANGELHO DE HOJE
Lc
21,5-11
—
O Senhor esteja convosco.
—
Ele está no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas
—
Glória a vós, Senhor!
Algumas
pessoas comentavam a respeito do templo, que era enfeitado com belas pedras e
com ofertas votivas. Jesus disse: “Admirais essas coisas? Dias virão em que não
ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. Mas eles perguntaram: “Mestre,
quando será, e qual o sinal de que isso está para acontecer?”. Ele respondeu:
"Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome,
dizendo: 'Sou eu!', e ainda: 'O tempo está próximo'. Não andeis atrás dessa
gente! Quando ouvirdes falar em guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É
preciso que essas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim". E
Jesus continuou: “Há de se levantar povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares; acontecerão coisas
pavorosas, e haverá grandes sinais no céu”.
Palavra
da salvação
Glória
a vós Senhor.
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Alexandre Soledade
Bom dia!
Quantas pessoas que
conhecemos vivem uma visão apocalíptica da vida? Quantos parecem ter desistido
de lutar em vida e passado a esperar o fim como salvação. Sim! Parece que seja
esse o grande motivo de se desejar tanto o fim do mundo – um fruto amargo chamado
insatisfação pessoal.
Estranhamente, vemos
nessas pessoas, irmãos e irmãos de longa caminhada, a descrença quanto ao
futuro em vista do seu ATUAL presente. Sei que é duro de falar nisso, mas todo
aquele que se apega ao apocalipse esquece-se de viver a Páscoa. Como pode
alguém convencer outro sobre a vida, a cura, de um milagre se no fundo deseja
fugir?
Pensar no fim pode ser
sim uma fuga da realidade. É querer como os apóstolos no monte Tabor, esquecer
de voltar à realidade e ali montar suas tendas. É tentar “apressar” a volta de
Jesus para enfim morar no paraíso. Todos queremos um dia sermos dignos do
paraíso, mas creio que não é fugindo que o alcança.
Jeremias vivia exilado
na Babilônia, Deus se fez revelar assim:
“(…) Sei muito bem do projeto que tenho em
relação a vós — oráculo do SENHOR! É um projeto de felicidade, não de
sofrimento: dar-vos um futuro, uma esperança! Quando me invocardes, ireis em
frente, quando orardes a mim, eu vos ouvirei. Quando me procurardes, vós me
encontrareis, quando me seguirdes de todo coração, eu me deixarei encontrar por
vós — oráculo do SENHOR. Mudarei vosso destino, vou reunir-vos de todos as
terras e lugares por onde vos dispersei — oráculo do SENHOR —, e trazer de
volta para este lugar do qual vos exilei”. (Jeremias 29, 11-14)
Esse pensamento
apocalíptico é tão evidente em algumas pessoas que até se dão ao luxo de
escolher datas como 2000, 2012, 2023, (…) ou quando vêem doenças novas surgir a
anunciar o fim dos tempos. Lembro recentemente da gripe suína, conheço gente
que não saia de casa esperando o fim do mundo (hunf). Isso não é brincadeira e
sim fanatismo religioso baseado na imaturidade pessoal.
Não vejo Deus preocupado
em destruir aquilo que pacientemente edificou. Jesus nesse evangelho profetisa
o que realmente veio acontecer com Jerusalém e fatalmente aconteceria a todas
as nações que assim se comportassem. Se cada um de nós não levantar a bandeira
de defesa do meio ambiente, com certeza, um dia teremos problemas, pois isso é
um fato; se não levantarmos a bandeira da defesa das famílias, do emprego, da
dignidade humana, (…) também teremos problemas, mas as nossas dificuldades
atuais não podem nos impor um regime de medo e tão pouco o direito de
amedrontar as pessoas.
Deus anda conosco e
sempre andará. Atitudes mudadas no presente podem nos garantir um futuro
melhor. Não nos exilemos ou nos encarceremos pelo medo. “(…) Pois Deus não nos
deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação”. (II Timóteo
1, 7)
Como nosso frei Alceu
diz: “fuja desse povo que vê o fim do mundo toda hora”.
Um imenso abraço
fraterno.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Fui ao consultório do
Dr. Belt para um check-up apenas algumas semanas depois de minha cirurgia. Isso
foi logo depois do primeiro tratamento de quimioterapia.
A cicatriz ainda estava
muito sensível. A parte de baixo do meu braço estava dormente. Um conjunto de
sensações estranhas e novas parecia compartilhar o espaço anteriormente
conhecido como meus seios - agora amorosamente apelidado de "o seio e o
tórax".
Como sempre, fui levada
a uma sala de exames para que mais uma vez tirassem meu sangue - um processo
aterrorizante para mim, que tenho tanto medo de agulhas.
Deitei-me na mesa de
exames. Vestia uma camisa larga de flanela xadrez e um corpete por baixo. Era
uma roupa estudada cuidadosamente que eu esperava fosse vista pelos outros como
uma roupa esporte qualquer. O xadrez da camisa camuflava meu seio, o corpete o
protegia e os botões facilitavam o acesso médico.
Ramona entrou na sala.
Seu sorriso caloroso e brilhante era familiar e contrastava com meus medos. Eu
a tinha visto pela primeira vez no consultório há algumas semanas.
Não foi a enfermeira que
me atendeu naquele dia, mas lembrei-me dela porque estava rindo. A risada tinha
um timbre profundo, rico, aveludado. Lembro-me de ter pensado no que poderia
ser tão engraçado, atrás da porta do consultório.
O que poderia encontrar
naquela situação para rir daquele jeito? Deduzi que ela não levava a coisa toda
suficientemente a sério e que eu tentaria achar uma enfermeira que levasse. Mas
eu estava errada.
Naquele dia foi
diferente. Ramona já havia tirado meu sangue antes. Ela conhecia meu medo de
agulhas e gentilmente escondeu toda a parafernália embaixo de uma revista com a
alegre fotografia da reforma de uma cozinha. Quando abrimos a camisa e tiramos
o corpete, o catéter no meu peito ficou exposto e, com ele, a recente cicatriz.
Ela disse:
- Como anda sua
cicatrização? Respondi:
- Acho que bastante bem.
Lavo em volta com cuidado todos os dias.
A lembrança da água do
chuveiro atingindo a carne dormente passou pela minha mente.
Ela se debruçou e passou
gentilmente a mão na cicatriz, examinando a textura da pele nova e procurando
irregularidades. Comecei a chorar baixinho. Olhou para mim com olhos amigos e
disse:
- Você ainda não a
tocou, não é? E eu respondi:
- Não.
Então esta mulher
maravilhosa e carinhosa colocou a palma de sua mão marrom-dourada em meu peito
pálido e permaneceu com ela ali por muito tempo. Continuei a chorar baixinho.
Com tom suave, ela disse:
- Isto faz parte do seu
corpo. Isto é você. Você pode tocá-la.
Mas eu não podia. Ela a
tocou para mim. A cicatriz. O ferimento que estava se curando. E, por baixo,
tocou meu coração. Em seguida, Ramona disse:
- Eu seguro a sua mão,
enquanto você a toca.
Colocou a mão ao lado da
minha e ficamos as duas caladas. Este foi o presente que Ramona me deu.
Naquela noite, quando
fui me deitar para dormir, botei delicadamente a mão no peito e a deixei ali
até pegar no sono. Eu sabia que não estava sozinha. Estávamos todos juntos na
cama, metaforicamente, meu seio, meu tórax, o presente de Ramona e eu.
(Betty Aboussie Ellis)
UM ABENÇOADO DIA PRA VOCÊ...
E até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente
na palma de Suas mãos.
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